Opinión

Milmilhonários

Os milmilhonarios são esse grupo mundial de ricaços que tenhem fortunas mais grandes que os pressupostos de alguns estados. Eles foram de novo noticia estes dias porque um dos mais grandes, Jeff Bezos, deixou de dirigir a superempresa que fundou: Amazon. 

Non vou dar dados, é doado topá-los na rede. O que me interessa é reflexionar sobre o que supõem essas fortunas como expressão de grandes desigualdades; como apanhamento desmedido da riqueza que corresponde a todos os humanos, e como geração de injustiça e ineficácia no funcionamento da economia, pois muitos dos seus subordinados vivem miseravelmente.

Contrariamente aos que dizem que as diferenças atuais de ingressos são naturais e existiram sempre, que se devem só ao valor que aportam persoas inovadoras e competitivas, só um dado: entre março e dezembro do ano passado o patrimônio dos 651 milmilhonários estadounidenses aumentou um bilhão de dólares (12-8-20 Billionaires Data) –o de Jeff Bezos aumentou nesse período 74.000 milhões-, mentres centos de milhares dos seus compatriotas se viram afundidos na miséria; e já não digo outros milhões de sudamericanos, africanos... ¿Que inovação pode justificar essa barbaridade?

Tudo isto resulta-me particularmente nojento, quando uma grande parte da humanidade vive não na pobreza digna -que isso pode ser um estado de vida bom- mas na miséria, na falta do essencial para viver, quando não morrendo literalmente de fome e enfermidades curáveis. Isto nunca se vê compensado pela suposta filantropia de alguns milmilhonários, que muitas vezes supõe uma merma da provisão de bens públicos essenciais e o controlo externo de quem recebe as ajudas, o que o envilece. Todo isto deve ofender a dignidade dos homes e mulheres que formamos a grande família humana; essa acumulação é insultante. 

Bem sei que esta humilde coluna pouco pode fazer marca neles. Seguramente nem sequer lhes chegarão estas palavras, que tampouco pretendem ser mui originais. Mas é o que penso e devo dizê-lo; pede-mo a cabeça e as entranhas. 

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