Na manhã dessa quarta-feira, aqui vivíamos a ressaca do triunfo escandaloso da direita e a extrema direita nas eleições à comunidade de Madrid, que arrasou com o PSOE e a esquerda com uma campanha trampona, violenta e cheia de mentiras com o lema “Comunismo ou liberdade”; a candidata Ayuso não cessava de repetir que Pablo Iglesias era um mau politico e unha “uma má pessoa”, o que resultava mais grave pelas ameaças de morte que recebeu ele e a sua família. Não é de estranhar que rematasse demitindo, sentindo-se um “chivo expiatório”. Felizmente, as balas para ele só iam em sobres, e não carregadas nos fuzis e disparadas impunemente contra a gente, como ocorreu em Colômbia; de onde recebi um vídeo no qual um comandante arengava as tropas dizendo que estavam a fazer o que deviam, e não tinham por que sentir-se culpáveis de nada por atacar a tiros aos “alborotadores”.
Aqui ainda não chegamos a tanto, mas, se as coisas seguem assim, tudo se andará... Eu lia nesses dias umas palavras proféticas de George Orwell: “Quando o fascismo chegue finalmente a Ocidente, fará-o no nome da liberdade”. E lembrava também uns conhecidos versos do pastor alemão Martin Niemöller, atribuídos erroneamente a Bertolt Brecht: “Primeiro levaram os judeus, mas não me importou porque eu não o era; depois levaram os comunistas, mas tampouco me importou porque eu não o era;... agora venhem por mim, mas é demasiado tarde”. O voto taberneiro de Madrid preferiu que lhes deixassem abrir os garitos a deter a direita fascista.
