Opinión

Castelao e o reintegracionismo (II)

A professora Mª do C. Henríquez Salido falou de Castelao como "um dos mais brilhantes e respeitáveis lusófilos da história de Galiza": "Do ponto de vista do seu ideário linguístico, Castelao é um teórico do reintegracionismo; conhece cientificamente os princípios, embora não pratique ortograficamente como um Viqueira ou Risco nalguma etapa"; e engade: "não levou à pratica ortográfica o reintegracionismo, em parte pela sua específica formação... e em parte para evitar lutas ortográficas entre os partidários do j e o g e os partidários do x". Com tudo, usa "formas proibidas" pela normativa da RAG como até, ideia, povo, próprio...

Falei na minha coluna anterior de como se posiciona em Sempre em Galiza; e um comentário trouxe-me um texto de Daniel num monumento em Guimarães: "A nossa língua floresce em Portugal". Abondarei agora com dois textos mais, aparecidos noutros lugares.

Em primeiro lugar, uma conhecida carta que Castelao dirige em 1944 ao historiador Sánchez Albornoz com motivo do seu livro, aparecido esse ano. Albornoz reprocha a Castelao a sua "injusticia con Castilla" e pede-lhe que "rectifique su castellanofobia". Mas Daniel acusa-o a ele de "excesivo castellanismo"; e verbo da acusação de querer suprimir o castelhano em Galiza, ademais de dizer que o que quer é que o galego vaia à Universidade como o castelhano, escreve: "Deseo que el gallego se acerque y confunda con el portugués, de modo que tuviésemos así dos idiomas extensos y útiles".

Em Castelao: prosa de exilio (1976), escreve o nosso autor: "Galiza ten unha lingua propia, criada no berce de outra anterior –probablemente céltiga– que é filla do latin. Irmán maor do castelán e nai do mal chamado portugués... Xusto será recoñecer que, polo menos, o idioma galego –hoxe falado em varias partes do mundo– é natural de Galiza" (p. 164). Castelao, conforme à mais firme e ilustrada tradição galeguista, tem o galego-português como uma única língua que tem variedades linguísticas no aquém e no além Minho, assim como noutros lugares do mundo.

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