Opinión

"Armas, armas e armas"

Pensei que não voltaria sobre o tema da guerra; depois de meia dúzia de artigos nesta coluna já abondava. Mas umas palavras que ouvi nas notícias da manhã na rádio, levou-me de novo a ela. O ministro de exteriores da Ucrânia, quando lhe perguntaram em Bruxelas que precisava, disse rotundamente: "Só pedimos três coisas; armas, armas e armas". Nada de cousa pequena, mas artilharia pesada, potente e destrutora. Josep Borrell, chefe da "diplomacia" europeia, dava-lhe a razão e dizia: "Zelenski tem muito apoio, mas o que precisa de verdade são armas; estão bem as palavras, mas o importante é mais capacidade militar".

As palavras do ministro, semelhavam as dum dos fornidos de filmes americanos como Fast and furious: "Weapons, weapons and weapons". Mas estas são só duma peli de ação com carros rotos e feridos de mentira, e as que pede o ministro são para matar gente concreta e destruir casas; pelas bombas dos russos ou dos ucranianos, pois neste exército há também homens desapiedados como os nazis do Batalhão Azov, que não duvidam em assassinar patriotas se são pró-russos.

A lógica da "legítima defensa" é a mesma lógica armamentista. É o mesmo pensamento belicista que vai acabando com o país, como está a fazer com outros que já tenho lembrado aqui. Desde a devastadora II Grande Guerra seguiram milheiros de conflitos bélicos que acabaram com centos de milheiros de inocentes: uns causados pelos que começaram essas guerras, e outros pelas razões "justas" em contra. As vítimas sempre são mais entre a povoação civil que militar. Conflitos em todos os continentes: Europa, África, Ásia, América e Oceania. Semelha que alguns só se comocionaram com os ucranianos, porque quedam mais perto e afecta os nossos interesses; mas as vítimas são também sudanesas, nigerianas, malinesas, líbias, iraquies, palestinas, iemenies, colombianas, etc., etc.

Esta será a nossa particular Semana Santa; um caminho dos Ramos –com um domingo de palmas e não de armas– até a Páscoa da Vida, passando por uma Venres/Sexta Feira Santo com a lembrança dum inocente ajustiçado porque "convinha para o bem do povo", como disseram as autoridades religiosas e políticas daquela.

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