Opinión

Blanco Valdés e as mentiras históricas

Causa-me certa graça que para a caverna espanholista os nacionalistas sempre sejam os outros.


Causa-me certa graça que para a caverna espanholista os nacionalistas sempre sejam os outros. Estes dias som muitas as barbaridades que se escoitam em relaçom a Catalunha, algumhas por puro desconhecimento da história do país. Mas outras, as piores, som as que desde umha situaçom de poder, com plataformas mediáticas ao seu servizo, falseam e manipulam ao leitor. Para faceren gala, em definitiva, de umha ignorância supina. Esse é o caso de Blanco Valdés quem publicou na “Voz de Galicia” um artigo titulado “Lengua y estado, el gran timo del secesionismo”. 

Sem respeitar a verdade e os fatos históricos, afirma que nunca houbo unidade política nos territórios de fala catalá, nos actuais Països Catalans, e engade um discurso que ja conhecemos e que vem de longe, naçom só hai umha, a Espanhola. Deberia ler a Benedict Anderson, “La Comunidad Imaginada”, ele afirma que todas as naçons som umha invençom e nom se pode descalificar ningumha por essa raçom. Cando Valdés di que o Estado Espanhol existe desde há meio milénio, a que data está a remontar-se, ao matrimónio dos reis católicos, em 1469? Pois a pesares de que a historiografia espanhola utiliza essa data para forjar o nascimento de “Espanha”, os dous reinos, o de Castela e o de Catalunha e Aragom, nunca se fusionarom, nom houbo ningum tipo de integraçom fiscal, jurídica, monetária, institucional, cultural ou legal, cada um dos territórios continuou coa súa soberania. Nom foi ata a caída de Barcelona o 11 de setembro de 1714 cando a naçom catalá, a sua língua e intituiçons receberom um golpe demoledor, materializado no Decreto de Nova Planta. Entom Catalunha comprendeu o que significava o direito de conquista, é dizer, ficou presa da vontade dum rei absolutista, Felipe V, que tivo como objectivo liquidar a naçom catalá. 

"Nom foi ata a caída de Barcelona o 11 de setembro de 1714 cando a naçom catalá, a sua língua e intituiçons receberom um golpe demoledor, materializado no Decreto de Nova Planta"

Pese a que a historiografia espanhola intente nega-lo, tanto a  Generalitat de Catalunha, como as outras intituiçons catalás tinham moito poder, executivo, legislativo e de representaçom. Por isso Melchor de Macanaz, intendente de Felipe V sentenciou: “Todos sus fueros y privilegios quedan derogados, y no hay más ley, fuero ni privilegio que la voluntad del rey”.  

Outro dato importante e que desmonta a tese que di que os cataláns eram bilingües desde a Idade Meia, som as palavras de José Patiño, man direita de Felipe V: “Son apasionados de su patria[...] y solamente hablan en su lengua materna”. Este realidade monolingue foi o motivo polo que co Decreto de Nova Planta perseguiu-se oficialmente o catalam.

"A fórmula de governo catalá de repartir a soberania entre o rei e os representantes das Cortes, a difêrencia do que ocorria em Castela, limitava o poder dos monarcas"

Pau Casals diz no seu discurso diante das Naçons Unidas cando recibiu a medalha da paz em 1971, que Catalunha tivo a primeiro parlamento muito antes que Inglaterra, no século XI, reuniram-se em Toluges, autoridades eclesiásticas, nobres e gente do povo para falarem da paz e de como limitar a violencia feudal. Essa assembleia é o berço das futuras Cortes Catalás que nasceram em 1283. A fórmula de governo catalá de repartir a soberania entre o rei e os representantes das Cortes, a difêrencia do que ocorria em Castela, limitava o poder dos monarcas. Despois das conquistas de Jaume I polo mediterráneo, a principal potência marítima era a catalá. 

A gram falácia da direita deste país é intentar construir umha identidade única, arredor desso que chamam “Estado Espanhol”. Pero nim Catalunha, nim Galiza, nim o País Basco pertenceram sempre ao longo da história a esse projecto, foron reinos independentes que ao ficarem unidos a Castela e Leom, truncarom a sua sorte. A diferenza do que aconteceu com Portugal que ao independizar-se gozou dum exército e unha marinha para defenderem a súa língua, cultura e instituçons.

Comentarios