Opinión

República Galega, feminista e socialista

A combinada ofensiva neoliberal, patriarcal e espanholista nom cessou ao longo do último ano. A situaçom da maioria social, das mulheres e da Pátria só tem piorado.
O governinho vendepátrias de Feijó e o de Rajói, estám a demolir de forma planificada e progressiva as conquistas sociais, os direitos das mulheres e os sinais da identidade nacional da Galiza. 

A combinada ofensiva neoliberal, patriarcal e espanholista nom cessou ao longo do último ano. A situaçom da maioria social, das mulheres e da Pátria só tem piorado.

O governinho vendepátrias de Feijó e o de Rajói, estám a demolir de forma planificada e progressiva as conquistas sociais, os direitos das mulheres e os sinais da identidade nacional da Galiza. 

"É preciso continuarmos -como sempre figemos na esquerda independentista galega-, apostando na ruptura democrática e na abertura de um processo constituinte galego". 

Mas, simultaneamente, também se tem agravado a multricrise do regime espanhol. Os adversos resultados eleitorais dos partidos sistémicos nas Europeias e a improvisada maquilhagem forçada polos poderes fácticos, obrigando o caçador de elefantes a abdicar no seu filho, constatam o desprestígio e a carência de legitimidade da arquitetura institucional pós-franquista.

É preciso continuarmos -como sempre figemos na esquerda independentista galega-, apostando na ruptura democrática e na abertura de um processo constituinte galego. A soluçom ao desemprego, aos salários e pensons de miséria, à emigraçom juvenil, à privatizaçom do ensino e da sanidade, ao endurecimento do patriarcado, nom passa por umha reforma constitucional nem por umha alternáncia eleitoral, por muito que agora poda chegar a ser protagonizada por tam novos como enganosos partidos espanhóis.

Como sempre, os problemas da Galiza e da sua maioria social só podem ser abordados aqui e polo nosso povo. Para isso, devemos ligar e demostrar com teimosa e imaginativa pedagogia política que sem soberania, sem direito a decidir, nom poderemos sair da situaçom que nos imponhem Madrid, Berlim e Bruxelas. 

Sem exercermos a autodeterminaçom para abandonarmos Espanha e a UE, a Galiza está irremediavelmente condenada a desaparecer como sujeito político, como naçom, assimilada pola mesma Espanha que nos impom as nefastas políticas da UE, dos mercados e dos Estados.

Os piores prognósticos realizados polo independentismo socialista estám a cumprir-se. Espanha e a UE som a ruína da Galiza.

Perante esta grave situaçom, é necessário agirmos com firmeza e coragem, mantendo os princípios definitórios da esquerda patriótica. O avanço do espanholismo progre que age na Galiza seguindo a lógica de Logronho ou Badajoz nom se detém relativizando o principal princípio sobre o qual se tem construido o movimento de emancipaçom nacional galego há agora meio século: a auto-organizaçom do povo galego.

A unidade de açom é imprescindível. NÓS-UP quijo um Dia da Pátria unitário seguindo a lógica e o sentido comum imperante no movimento juvenil galego, que por segundo ano consecutivo dá umha resposta unitária da mocidade rebelde em prol da independência nacional.

NÓS-UP tentou-no, mas nom foi possível. As inércias do passado e particularismos obsoletos impregnam ainda o presente de algumhas siglas, dificultando o avanço para o futuro que sonhamos.

Isto deve ser mudado, pois do contrário a derrota estratégica da Galiza passará o ponto de nom retorno.

O objetivo da República Galega, feminista e  socialista que defendemos só será possível mediante um processo de unidade de açom do nacionalismo e do independentismo.

"O objetivo da República Galega, feminista e  socialista que defendemos só será possível mediante um processo de unidade de açom do nacionalismo e do independentismo".

A generosidade política deve guiar o seu acionar. Temos que reconfigurar e agrupar forças, mas também enfatizar a linha discursiva no ámbito e nas demandas sociais, ajustando-a às mudanças em curso. Fazê-lo sem complexos nem timoratismos. 

Aprendamos dos êxitos alheios sem deixar de confiar nas nossas próprias forças e no imenso legado dos últimos 50 anos anos de combate permanente por umha Pátria livre. O conjunto do nacionalismo e do independentismo deve refundar-se. As siglas nom podem converter-se num fetiche. 

É hora de promover um processo de debate e reflexom sem limites nem condicionamentos ou pressons eleitorais, que culmine numha refundaçom integral. Devemos fomentar umha nova cultura que permita gerar a força política e social capaz de motivar e ganhar milhares de pessoas que querem luitar, mas nom encontram a ferramenta na atual dispersom de forças. 

Sem um espaço galego de luita, o projeto nacional galego caminha para a derrota estratégica. 

No imediato, a esquerda independentista coloca desde já um desafio claro: apresentemos candidaturas de unidade popular nas Eleiçons municipais de 2015. Candidaturas de esquerda rupturista, patriótica e feminista para ganhar essa maioria alheia ao regime, evitando que estas energias se perdam ou se canalizem noutras forças oportunistas que agem em chave espanhola.

Esse é o objetivo, mas só com um independentismo vigoroso, dinámico, com capacidade real de intervençom e referencialidade social, poderemos contribuir para abrir o processo proposto.

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