Opinión

Valedores do Demérito

Os políticos da direita espanhola junto com o PSOE viram incrementado significativamente o seu trabalho porque, além do seu cometido habitual, agora tem que tapar-lhe as vergonhas do Demérito, e tem tantas! O soberano, que teoricamente é o povo espanhol. (porque os povos galego, basco e catalão não existem), se realmente o é, deveria poder saber, a magnitude das suas malfeitorias, mas o primeiro que descobrem os seus membros, ou seja os cidadãos, é que os seus teóricos representantes membros dos citados partidos se negam em redondo a que se investigue nada ao seu respeito na chamada sede da soberania popular porque parece que não estão ao seu serviço, senão perante todo ao serviço da monarquia espanhola. Observa também o soberano que a CE, não se fez para solucionar estes problemas de falta de transparência e delinquência, senão para dificultá-los.

É ciente de que a CE diz que o rei é inviolável, o qual não lhe creia muito problema, porque também o são os deputados e senadores, as cortes, o domicílio, etc., mas também que não está submetido a responsabilidade, e por isso os seus atos têm que ser referendados por outras pessoas, que são os que assinam com ele as leis, tratados, etc. Isto, contudo, não é o mais estranho, senão o feito de que pareceria que nos atos que não são referendados por outras pessoas, como é um roubo, um atraco, etc. o rei deveria ser ele o responsável. Mas o poder judicial dedicou-se a quadrar o círculo e a defender que tampouco neste caso está submetido a responsabilidade, do qual se segue que há atos que carecem de paternidade, o qual implica que ninguém tem que responder por eles, deixando estes atos numa zona de ninguém, uma zona de impunidade, impunidade por lei! Aliás, ainda é mais chocante se temos em conta que não só nos estamos a referir a penalizar uns atos, senão que nem sequer se pode saber o que aconteceu, o qual implica que não só se trata de impunidade, senão também de falta total de transparência. Mas, como casam isto com a cacarejada democracia avançada? Pois, com a propaganda. Condena-se ao soberano à ignorância!

Pergunto-me, porque que se estabeleceu a responsabilidade dos partidos políticos e a possibilidade de ilegalizá-los?

Perante o dislate do que está a acontecer, os membros dos citados partidos, aguçam o seu engenho para buscar justificações e justificar o injustificável. O presidente do governo amestrou-nos reiteradamente que não se julgam instituições, senão pessoas. Mas então eu pergunto-me, porque que se estabeleceu a responsabilidade dos partidos políticos e a possibilidade de ilegalizá-los? Como se explica a ilegalização do Partido Comunista das Terras Vascas (EHAK-PCTV), a de Ação Nacionalista Vasca (ANV), Herri Batasuna, Euskal Herritarrok y Batasuna (HB-EH-Batasuna) pola sua relação com ETA, Aukera Guztiak (AG), etc. etc., se os partidos não delinquem? Ou é que um partido político é uma pessoa física e não uma instituição? Por que se dissolveu o Parlament? Evidentemente que qualquer instituição ou empresa, em si são entes abstratos, mas uma má atuação dos seus dirigentes é causa de que se repercuta a repressão sobre a organização como tal, enquanto responsável como coletivo dos atos dos seus dirigentes. No caso presente, basta com que lhe apliquem à Coroa as mesmas normas que se aplicam a todos.

O intento de tapar a toda custa as peripécias dos Demérito, que já foi presuntivamente realizado durante os governos de Felipe González, Aznar, Zapatero e Rajoy, com o objetivo de proteger a monarquia, o único que fez foi desacreditá-la até uns limites que parecem irreversíveis, que não se soluciona pretendendo isolar ao Demérito pai do presuntivamente Demérito filho, e estendemo-lo a este, porque em vez de arbitrar e moderar o funcionamento regular das instituições, o que faz é atuar como parte enfrentando a umas contra outras, como no caso de Catalunha, a quem se situa na órbita de Vox, e a gente não crê que não esteja implicado nos manejos do seu pai.

Pablo Casado não quer ficar atrás na mistificação da monarquia, e deslinda no Demérito o referido ao âmbito público, do privado. Ele roubaria enquanto cidadão particular, suponho que deixando de ser rei, e atuaria exemplarmente como rei. Insuperável! Apoteósico! Não há ninguém que ponha couto a tanto dislate? O soberano permanece mudo, porque não se lhe deixa falar!

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