Opinión

Em resumo (II)

Em junho de 2015, Tim Hunt, Prémio Nobel de Medicina, demitiu do seu cargo no University College de Londres despois das críticas recebidas polos seus comentários machistas numha palestra em Corea do Sul. Hunt afirmara que com as investigadoras, quando estám no laboratório, acontecem três cousas: “Ti apaixonas-te por elas, elas apaixonam-se por ti e, quando as criticas, choram”. 

Também forom comentários machistas os que obrigarom o director do torneio de ténis Indian Wells (Califórnia), Raymond Moore, a demitir. “Se eu fosse mulher tenista”, afirmou, “poria-me de joelhos cada noite e daria graças a Deus polo nascimento de Roger Federer e Rafa Nadal”.

Máis perto de nós, em abril de 2016, diversos colectivos feministas e mais de 80.000 persoas apoiarom com a sua assinatura umha petiçom lançada pola plataforma InfoLibre em que se pedia à Real Academia Española (RAE) a demissom do acadêmico Félix de Azúa polas suas “declaraçons machistas contra Ada Colau” despois de este indivíduo ter afirmado que a presidenta da cámara municipal de Barcelona “deveria estar servindo num posto de peixe”.  “Deveria estar fregando pisos”, comentara já antes Óscar Berman, concelheiro do PP de Palafolls. E assim lhe foi. O seu partido abriu-lhe de imediato expediente disciplinar.

Pouco despois, o 15/07/2016, o pleno do Concelho de Badajoz aprovou com os votos a favor do PSOE, Podemos, Recuperar Badajoz e C's, a reprovaçom da concelheira de Serviços Sociais, Rosario Gómez de la Peña, polos seus comentários homófobos.  A concelheira qualificara nas redes sociais de “repugnantes, desagradáveis, repulsivos e nojentos” dous homens fotografados de costas, nus, portando umha bandeira gay.

Nom menos homófobos forom os comentários de Gema Borrás, concelheira do Partido Popular em Olleria, quando em junho de 2016 afirmou que os homossexuais “tenhem as hormonas trastocadas”, um comentário que lhe supujo a petiçom imediata de demissom, neste caso polo seu próprio partido.

Quatro anos antes, em xaneiro de 2012, Diego Díaz Jiménez, concelheiro de Izquierda Unida em Manilva (Málaga), tivo que desculpar-se publicamente por ter escrito na sua conta de Twitter um comentário machista sobre María Dolores de Cospedal. O concelheiro opinava que a secretária do Partido Popular nom é sexualmente “malota". 

E o mesmo aconteceu dous anos despois (agosto de 2014) a Emiliano García-Page, presidente da cámara municipal de Toledo, que tivo a infeliz ideia de pôr em causa a perícia da mesma Cospedal nos lavores domésticos. “O certo e verdade é que nom penso que Cospedal saiba passar o aspirador”, comentou. Por isso pouco despois tivo de pedir publicamente desculpas.

O que sublevou os funcionarios do concello de Armilla (Granada) forom os comentarios de Sofía Díaz, concelheira de Podemos, sobre a sua suposta falta de “professionalidade” e “imparcialidade”. Os representantes sindicais pedirom de imediato a sua demissom.

Comentários machistas, homófobos ou simplesmente imprudentes com consequências políticas também nom faltam entre nós.

Em junho de 2013 Xaquín Charlín, concelheiro do BNG em Cambados, demitiu despois de ter aludido no seu blog persoal ao que, com óbvio desatino, denominou o "chochito de oro" da vicepresidenta do governo Rajoy, Soraya Sáenz de Santamaría. A portavoz do governo gastara 40.000 euros do orçamento do Congresso num exame ginecológico a que tem direito pola sua condiçom de deputada. As queixas de colectivos feministas e do seu próprio partido obrigarom o concelheiro a retirar o comentário e demitir.

Três anos despois, em fevereiro de 2016, Jorge Caldas, concelheiro do PP de Moranha, também se viu obrigado a apresentar a demissom e pedir públicas desculpas por ter qualificado a Presidenta da Deputaçom de Ponte Vedra de “mala zorra” e “sinvergüenza”, evitando assim que o Partido Socialista cumprira a sua ameaça de levar o assunto à Procuradoria do Estado.

Mais recentemente, em junho de 2016, a deputada de Podemos Ángela Rodríguez denunciou que também ela fora vítima de acoso: “A mín un día dixéronme 'morritos quentes'. E creo que, o mesmo que a Ada Colau lle chamaron ‘‘gordita’’, son cousas que non se poden tolerar». 

Meses antes, a própria Ángela Rodríguez proferira nas redes sociais contra Carmen Santos, a sua companheira de partido, na actualidade Secretária Geral de Podemos na Galiza, um insulto de maior profundidade (“puta coja”).

Ao ser conhecido publicamente o insulto, várias associaçons de persoas discapacitadas (FAMMA, COCEMFE e a galega COGAMI) reclamarom que se actuasse com contundência e exigirom a demissom da deputada argumentando que essas palavras “incomprensíveis” [...] “lesionam e menoscabam os direitos das persoas com discapacidade”.

Que me conste, a petiçom nom foi secundada por nengum outro colectivo ou partido galegos. Tampouco polo Círculo Discapacidad de Podemos. Perguntado tempo despois sobre este assunto, Luís Villares, cabeça de lista da candidatura que apoia Ángela Rodríguez, limitou-se a afirmar que, caso de se demonstrar que o insulto tivesse sido em verdade proferido, a deputada teria que pedir desculpas públicas. 

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