Opinión

Oh, Lalá, que familia tão original (II)

Na anterior entrega deixávamos ao Borbón Fernando VII, o rei felón, imaginariamente contando o efectivo (em maletinhas?) provinde da sua comissão na compra a Rússia de nove barcos para a guerra de Filipinas, que nem alá chegarem, porque apenas revisados nas Espanhas mandaram-se direitamente ao desaguasse, por inservíveis e podres. Dos beneficios pola trata de esclavos deveria levar contabilidade aparte. O rei, muito majestade e muito alteza real, felicitava a Napoleão polos seus êxitos militares, traiu ao pai e ao seu reino e desprestigiou á sua mai por todo Madrid dando publicidade, incluso com caricaturas, a seu desvario sexual; desvario que herdou e que com, ao parecer, uns atributos enormes, faltava-lhe a força necessária e só depois de quatro matrimónios conseguiu, no remate da sua vida, nasceram duas nenas: Foi destronado polos seus súbditos e reposto no trono polo exercito chamado os Cem Mil Filhos de San Luis, enviado a tal fim polo rei Borbón de França, e deixou apos sua morte todo um período de guerras carlistas. 

Sucedeu-lhe, em qualidade de Regente, sua viúva María Cristina de las Dos Sicilias, filha da sua irmã mais nova, em guerra com os legitimistas de dom Carlos Mª Borbón, irmão de Fernando. Os Borbóns nunca tiverom door do dinheiro e economia dos espanhois (a honradez parece que se situa da cintura para a cima) e tradicionalmente desconhecem a honestidade (popularmente situada da cintura para baixo). Mª Cristina, filha de uma Borbón, fizo honor á sua estirpe na demasia sexual, tomando algum amante sem respeitar o luto pola morte de seu real esposo, aos tres meses topou com um novo amante, um sargento da sua Guardia de Corps, de nome Fernando Muñoz, que a satisifizo tanto que o retuvo de por vida, tendo com ele cinco filhos, e algum aborto, antes de casar (dissimulando os embarazoos com amplos vestidos, inda que andava em coplas populares, e enviando-os recem nascidos a França em maos de pessoal de confiança) e tres mais depois do matrimonio morganatico legalizado no ano 1844. Tambem no seu desaforado afão de dinheiro, pois a parelha enriqueceu-se com dinheiro público e aproveitando a informação privilegiada de que gozavam, participando em varias empresas por todo o país, como a do ferrocarril, o negocio do sal, do carvão, etc. até afirmar-se na época que “não existe um só negocio industrial no que Maria Cristina e esposo não tomem parte”. Não so negocios industriais, tambem o repugnante negocio da trata de esclavos, nicho de negocio do que ja se vinham lucrando os anteriores Borbones que dirom cobertura legal aos esclavistas espanhois permitindo sua continuidade até 1886; Fernando VII cobrou importantes cantidades de dinheiro por este negocio que continuou sua viuva Mª Cristina que cobrava, directa e pessoalmente uma quota por cada esclavo que chegava a Cuba, colonia de destino, amparado na permisividade da catoliquisima monarquia espanhola. Este sistema mantivose inda durante o reinado de Isabel II.

Destacar dos seus governos a desamortização, a divissão provincial, prever uma transição á monarquia constitucional e restabelecer a Constituição de Cadiz obligada por um motim de Sargentos. Obrigada ao exilio, ante os escándalos na Corte, na asonada do general Espartero, que asume a regencia. Mercou em França o palaço La Malmaison que fora de Paulina Bonaparte e desde alí conspira e apoia algum golpe de Estado. Derrocado Espartero por O’Donnell, Narvaez e Prim, declara-se a maioria de idade da que seria Isabel II, de apenas 13 anos de idade. Entronizada como rainha Isabel II regressa Mª Cristina, a mai, a Madrid. Sua impopularidade era tanta que no 1854, tras o golpe liberal de O’Donnell uma das demandas dos sublevados foi a saida de Espanha de Mª Cristina, que marchou de novo, esta vez definitivamente, a Portugal e depois França; ocasionalmente realizou alguma visita a Asturias para fiscalizar seus florecentes negocios.

Mª Cristina não se preocupou da educação e formação dos seus filhos nem da preparação educativa e política, necessaria para a herdeira do trono, dedicada como estava exclusivamente o seu duradeiro amante e seus negocios.

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