Opinión

O homem é um desditado canalha

A retórica de acudir à via diplomática é inútil se não há cesse de hostilidades, mentras se conversa, ou vontade de solução.

Dizem que lord Byrom dixit. Certamente um canalha não pode ser ditoso. Hobbes também segurava que o home era um lobo para o home. Em qualquer caso Putin é um canalha, qualquer que seja a análise que se faça dos feitos e seus precedentes. Insensível, falso, taimado, cruel, incapaz de sentimentos humanitários ou de justiça. Homens, mulheres e meninos mortos, feridos, fugidos, famílias esnaquizadas, bombardeios incluso contra hospitais. Certo que Rússia pode ficar nervosa ao verse rodeada de nações integradas ou com vontade de integrar-se na NATO; do mesmo jeito que se sentiu nervosa a USA quando do anuncio de misseis de Rússia em Cuba; daquela USA tomou suas medidas de força, que nem foram contestadas por Rússia e Cuba limitou-se a desbaratar o intento de invasão estadunidense, ainda que o rancor destes perdura com um bloqueio cinquenta anos depois. Nada a ver com esta tolada de agressão. Não podo entender, nem menos justificar, este reagir desmedido provocando dor injustificado a toda uma população que vê destruída sua vida, seu futuro e de seus filhos, com um destino mais que incerto, ou assassinados mentras fogem incluso por passos previamente estabelecidos. Faiem lembrar a "desbandá", o genocídio do bando franquista bombardeando por aire e mar (o cruzeiro Baleares) a famílias inteiras civis inermes que fugiam pola estrada de Málaga a Almería, que ocasionou uma massacre de perto de 5.000 mortos, ou os bombardeios de Almería, Guernica, Badajoz, Madrid... E ainda em épocas mais recentes, em que a monarquia espanhola protagonizou um dos feitos mais tristes da nossa história quando a entrega que fixo o rei Juan Carlos do Sahara a Marrocos, via USA; (para segurar-se o apoio americano á sua coroação) com 680 espanhóis assassinados e outros 3.000 que fugiam massacrados pola aviação marroquina com napalm e fosforo branco

A retórica de acudir à via diplomática é inútil se não há cesse de hostilidades, mentras se conversa, ou vontade de solução. Mas nenhum quere ceder; EEUU, com muitedume de enclaves militares por todo o mundo, quere a NATO cercando Rússia e esta dá-lhe a patada a USA no cú de Ucrânia. Os USA levam dez anos dando azos a Ucrânia de entrar na OTAN e na EU, a EU leva anos prometendo a Ucrânia sua incorporação ao clube europeu sem resolver, nem ainda hoje, provocando a Moscú.

A verdade é que me assusta pensar que nosso "defensor" ante as hipotéticas apetências russas sejam os USA. Porque o horror que está ocasionando atualmente Rússia em Ucrânia a ocasionarem com guerras totalmente injustas, guerras de agressão, os USA invadindo Granada em 1983, Panamá em 1989, em ações unilaterais militares, Iraque em 1990 e Somália em 1993, ainda que ambas autorizadas pola ONU, Afeganistão e Sudão em 1998 também unilateralmente, sem autorização da ONU Jugoslávia  em 1999 e Afeganistão em 2001; em 2003 chega a invasão de Iraque, sem autorização da ONU e apoiada por Espanha, com o falso argumento do armamento destruição massiva, que destroçou por completo um pais, uma sociedade, uma cultura... sem alternativa; ainda volveu com ataques aéreos indiscriminados e unilaterais a Paquistão, Iêmen e Somália, em 2002; e em março de 2011 Líbia, autorizada pola ONU e com intervenção da OTAN. Em todos os casos massacres, famílias desfeitas, fome; e mais de 4 milhões de mortos.

Todos os países invadidos repelerom a agressão. Justamente pois todos temos direito a defendermos de uma agressão de qualquer tipo e muito mais se é violenta, injustificada e irreversível. O povo ucraniano sofre uma agressão brutal e totalmente desmotivada por parte de uma nação imensamente superior em médios, força e recursos; os ucranianos não querem fugir ou render-se, querem com toda dignidade defender sua terra, sua vida, sua nação e solicitam armas para oferecer resistência á ocupação, temos direito a negar-lhas? A destruição continua. Diria com Niemoller, primeiro vierem polos ucranianos, mas eu não sou ucraniano... e nesta escalada, na hipótese de virem por nos, defendêriamo-nos ou fugiríamos covardemente até afogar no Atlântico?

Á República espanhola no 36 também lhe negarom armas, conhecemos o resultado.

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