Opinión

Gratidão

No magnífico discurso/arenga de dona Ana Pontón (com categoria para excelencia) na Praça da Quintana lembrou aos que há mais de coarenta e cinquenta anos lutarom/lutamos em condições bem desfavoraveis para que hoje, com os altibaixos passados, exista uma conciencia nacional em amplas capas da sociedade. Penso que todos os que alí estavamos, e que há mais de meio século andavamos a petar na alma do povo (como diria Castelao), sentimo-nos reconhezidos e valorizados no nosso contributo a espalhar o sentimento de nação, de consciencia de pais e de dignidade nacional. Forom tempo dificiles e perigosos expostos a malheiras e torturas, jogando a possibilidade muito real de fortes sanções económicas, passo por terrorificos calaboços e incluso polos tribunais de justiça e cadea; e alem disso a incomprenssão social por considerarnos revoltados.

 Todos aqueles restamos horas aos nosso trabalhos e ás nossas familias para levar a todos os lugares posiveis a mensagem da “redenção da boa nação de Breogám”; de transmitir o herdo da nossa realidade histórica; de aconselhar, orientar e incluso asumir a defesa  contra os abusos da ditadura; de pôr em valor nosso idioma. E ninguem pensava em obter gratidão nem reconhezimento nem tirar ventagens de seu esforzo. Solidariamente sentiamos como uma obriga de bom galego, e tambem muitos que nem galegos de origem eram, recuperar para este país toda a potencialidade humana de que dispõe, a percepção de que era preciso romper a dependência de um centralismo que nos arruinava, a necessidade de despertar o significado de comunidade natural proprietaria de seus recursos e seu destino.

Por estranas circunstancias (seguramente culpas proprias e alheias) o povo não foi generoso com nosso esforzo quando tivo a oportunidade de manifestar suas preferências. E tampouco os movimentos ou partidos políticos galegos mostrarom toda a generosidade que deveriam, sumidos nos seus pessoalismos. Mas o decidido empenho pola ideia de nação levou a remontar problemas e atitudes e de novo unidos, os que realmente sentiamos a realidade da patria, fomos quem de incidir na sociedade e ganarnos para Galiza um importantye percentagem do eleitorado. Mas a paulinha da insolidariedade e da ingratitude, da cobiza de poder, de novo os pessoalismos... eu que sei, levou á sociedade a desconfiar do nosso discurso patriótico. Tampouco o BNG como tal, encarnado nos seus dirigentes e em alguns dos que obtiverom cargos de governanza, foi nem generoso nem ainda agradecido com muitos dos que trabalharom arreo na organização e nos Concelhos ou nas diversas associações ou grupos sociais. Por isso o feito de que Ana Pontón recitara aquele longo relatorio de agradecimentos semelhame muito significativo para uma nova época do BNG, mais próximo á gente, mais humano incluso.

E entre todos os agradecimento o dirigido a este colectivo, cada vez mais mermado, dos que há mais de medio século recuperamos das Irmandades da Fala e de todos os antergos a luta pola soberania e a identificação nacional.

Nao foi o agradecimento Ana, foi simplesmente a lembranza de que tambem estivemos alí.

Em nome de todos, obrigado.

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