Opinión

Feminino gramatical

Se a verdade é revolucionaria penso que a crítica veraz também o é. Duvidei muito se resultava correto desde minha posição de membro do Conselho de Administração abrir o que poderia dar lugar a um debate respeito do uso do feminino gramatical como norma na escrita de Nós Diario. Ao final optei por publicar este comentário, dentro da liberdade de opinião que o jornal oferece, para discutir o que, de momento, parece ser o estabelecido.

María Pilar Gª Negro, colaboradora deste jornal e de trajetória cultural, docente e política  suficientemente conhecida, com a objetividade e valentia que sempre a distingue publicava há poucos dias neste rotativo um artigo verbo da escolha gramatical deste nosso diário do feminino como norma geral, para sinalar o pessoal comummente. Ninguém pode negar a Pilar sua implicação no movimento feminista nem tampouco seu sentido comum. Concordo plenamente em que carece de motivações a generalização do feminino gramatical e nesse sentido teve a oportunidade de opinar e transmitir á Direção de Nós pareceres no da escolha do feminino gramatical, para tornar como referente ao feminino real. Vários números atrás publicava dous artigos titulados Palavras I e II nos que já mostrava minha desconformidade com este feminino gramatical e como a RAE, resolvendo solicitude do governo de modificação feminino-gramatical no texto da CE, acetou como únicas modificações "princesa" e "rainha".

Recolho opiniões de amigos e leitores de que o uso generalizado do feminino gramatical resulta cada vez mais chocante e poderia substituir-se por fórmulas neutras como "pessoas", "conjunto de…", etc. e acrescentam incluso o que qualificam de maniqueísmo de que haja "trabalhadoras", "obreiras", "sanitárias", etc., mas no alto da pirâmide social já não há "patronas", "empresarias" ou "banqueiras". E inda mais surpreendente que se use esse feminino genérico nas traduções de jornais estrangeiros que não responde á norma por estes utilizada. Inda no jornal do 29.05.20 traduzes de Gara que "a OIT estima que mais dunhA de cada seis mozAS perdeu o emprego coa pandemia" (suponho que também a perderia algum moço) e de Libération transcreve-se "Unha revolución, fora da angustia DAS governantes…", menos mal que os governantes (que na EU são mais) não sofrem essa angustia.

Não quisera voltar ás "miembras" e como brincadeira fico com o definitivo "terrícoLAS e terricoLOS" do sempre imaginativo Xurxo Souto.

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