Opinión

Elites

Meu prezado Xosé Manuel Piñeiro: Sou um seguro, antergo e continuado seguidor teu. Desfruto com a tua atividade e respeto tua coerencia. Como tal não podia ignorar a entrevista que aparece na última pagina do “Sermos...” de esta semana.

Meu prezado Xosé Manuel Piñeiro: Sou um seguro, antergo e continuado seguidor teu. Desfruto com a tua atividade e respeto tua coerencia. Como tal não podia ignorar a entrevista que aparece na última pagina do “Sermos...” de esta semana.

Em destaque há uma frase tua que, na realidade é interior do texto, não tem meirande desenrolo, mas que me fizo saltar uma teima que tenho comigo ja desde tempos de juventude. A frase é “Se pensamos que o pais só o vai facer unha elite, nunca haverá pais”. Concordo contigo; não só, mas tambem com o povo. Os Irmandinhos forom liderados por Rui Xordo e Alfonso de Lanzós, os dous fidalgos, e o Mariscal segue a ser uma incognita

"Se chegamos a onde nos atopamos actualmente, ainda vivos e com forza para reagir, é gracias ao povo, não ás elites, acomodaticias, nem a burguesia desertora".

Catalunya mantem rexa e forte sua dignidade como pais porque existiu de sempre uma burguesia e tambem uma elite que não dimitirom do seu sentimento de nação. Na Galiza, decapitadas as nossas elites, cercenados os direitos da fidalguia, sometido e empobrecido o povo e dominado o pais por elementos alheios, a situação é muito diferente. A nobleza (elite) que ficou viva someteuse ao poder invasor para conservar suas prebendas (das que tambem forom mais tarde privados) ou integrouse na corte dominante; a buguesia tratou de tirar ventaxas de essa nova situação e acomodarse ás exigencias do poder real e da Igreja, e o povo procurou sufridamente de sobreviver num mundo de injustiça e discriminação, soportando umas leis, uns mandatarios e uma cultura foraneas.

"Quem reintegra ao povo galego cultura propria e escrita no seu idioma é um grupo de intelectuais que escreve e publica dificil e sacrificadamente em galego".

Até fai não muitos anos o povo galego era analfabeto no seu idioma, e tambem parcialmente no do colonizador; sua cultura era a tradicional-popular da propria bisbarra na que vivia; desorientado na sua organização social mais alá da parroquia, sem existência legal; e sentindo o desprestigio da sua fala e da sua origem. A pesar de todo foi quem de conservar o idioma e “a segreda forza de fidelidade co noso sentimento nativo”, que diria Blanco Amor ao definir seu proprio sentimento. Certamente, se chegamos a onde nos atopamos actualmente, ainda vivos e com forza para reagir, é gracias ao povo, não ás elites, acomodaticias, nem a burguesia desertora. Alem da fala e os costumes, as regueifas e o teatro popular conservaron-se no tempo, e incluso até nossos dias, no sentimento e na tradição do povo.

Porem, o “ rexurdimento” nasce da mao de elites intelectuais galegas. Quem reintegra ao povo galego cultura propria e escrita no seu idioma é um grupo de intelectuais que escreve e publica dificil e sacrificadamente em galego. E no andamento inicial do Partido Galeguista prima nos seus membros a “inteligentsia”; resultaria muio dificil agardar do povo se organizar ofensivamente sem alguem que com mais conhezimentos não o convencese da sua necessidade e do jeito de facelo; naturalmente que essa ou essas pessoas podem sair do proprio povo, por isso o temor do estamento dominante á cultura no povo. Lembremos que ja Castelao dicia que temos que “petar na alma do povo”, sendo polo tanto necessario que os mais capacitados e com sentimento nacional impartam docencia no povo para despertar neles a fidelidade á terra, o sentimento de dignidade da fala, patria, sociedade civil, integrada por marinheiros, camponeses, trabalhadores, mas tambem por empresarios, profisionais, empregados, burguesia ... e pouco mais há.

Concordo Piñeiro, o pais não só é cousa de uma elite (que actualmente tampouco a albisco) senão fruto de gente sacrificada que seja capaz de despertar no povo o sentimento de dignidade de pais, de defensa da nossa riqueza e das nossas potencialidades e de fazer fronte aos que tratam de utilizarnos para seu medre pessoal ou do Estado dominador, empobrecendonos e condenando á emigração aos nossos filhos.

Quinta do Limoeiro, 30.11.14

Comentarios