Opinión

Reflexões e linhas vermelhas

O nacionalismo do BNG decidiu navegar em mar aberto e eu gosto das aventuras com riscos mais ou menos controlados. 

O nacionalismo do BNG decidiu navegar em mar aberto e eu gosto das aventuras com riscos mais ou menos controlados. O movimento do Bloque tem-me ilusionado sem que isto não me impida ver a resistência interna aos câmbios de muitos militantes que se instalaram na atitude de considerarse os elegidos, os verdadeiros patriotas e que durante meses dixeram que não estavam  dispostos a votar uma candidatura que não levasse alto e claro a marca da casa. Em todos os sítios há pessoas que praticam elitismo já seja económico, racial, intelectual, ... mas estas pessoas não podem impedir-nos terem uma organização que anteponha os interesses de Galiza sobre a sua própria existência e nesta andamos. Sinceramente penso que temos que ser e atuar mais como povo e deixar de pensar que sem nós Galiza vai deixar de existir. Galiza e o galego seguiram existindo muitos centos de anos ainda que agora os perigos sejam mais certos que nunca. É preciso relaxar, quitares o peso da nação do lombo porque as pessoas daram-nos a sua confiança se acreditam em nós e não porque nós acreditemos em nós mesmos. Ademais resulta difícil acreditar em pessoas stressadas e apocalípticas com o futuro coletivo.

Temos que ser e atuar mais como povo e deixar de pensar que sem nós Galiza vai deixar de existir

Nos últimos anos forem muitas as baixas e excisões no Bloque e como em toda rotura os desqualificativos pessoais e políticos estiveram na boca de muitos de nós por não dizer na boca de todos. No meu caso, marchei do BNG porque considerava que tinha abandonado os princípios de esquerda, o assemblearismo e o soberanismo. Tenho que reconhecer que hoje essas 3 criticas seriam injustas e pelo tanto, tendo fracassado na construção duma organização soberanista que atendesse aos 3 princípios citados, achego-me novamente ao Bloque. Seis anos não teria porque ser muito tempo mas todo indica que a minha aventura ao frio da organização mas ao calor da sociedade galega mudou a minha visão e os meus princípios elementais sobre os que fazer girar o meu discurso e o meu jeito de entender e fazer política. Por uma banda, está a influencia que tivo e tem em mim o contato com a esquerda social que é esse grosso grupo de pessoas que não militando em nenhum partido hoje querem participar em política e fazem trabalho social em multiplos sectores de ativismo social com alma de esquerda e coração nacionalista ou em clave galega. A esquerda social tem princípios e vocabulário que hoje o Bloque rejeita porque não nasceu do seu entorno e aqui nasce  a visualização que muitas pessoas tenhem desta organização como representante da velha política. A esquerda social fala de auto-gestão e não de auto-organização, entende muito bem que vivemos num planeta global e que co cambio climático as respostas ecologistas globais são muito importantes e devem formar parte do nosso discurso, também entende que a solução não passa por volver ao de antes (o crescimento continuo) que é preciso aproveitar este momento histórico para construir algo novo, alternativo, diferente,.... Também há cada vez mais pessoas convencidas que esta crise viu para quedarse por motivos energéticos e de esgotamento de recursos e pelo tanto as propostas de futuro terem que ser tendo claras esta premissa e sobre todo aborrece das estruturas organizativas do estilo da UE que não estão controladas pelas pessoas.

Tendo fracassado na construção duma organização soberanista que atendesse aos 3 princípios citados, achego-me novamente ao Bloque

Ao BNG também se lhe bota na cara que atua e faz a velha política entrementras existe um movimento social que se esta artilhando na nova política. Para um curtido militante do nacionalismo do BNG, a nova política pouco tem de nova, mas parece que para o eleitorado os suaves matizes são definitivos a hora de eleger; como se dum bom vinho se tratasse. Os partidos convencionais soem funcionar em base a acordos internos e os debates soem fazerse internamente com mais ou menor aceitação do jogo democrático desde as cúpulas. O que ninguém negara é que num partido convencional, para poder influir na linha política ou na eleição de candidatos, é preciso participar de jeito muito ativo no dia a dia da organização e mesmo terem ou estarem num grupo de pessoas a nível interno que compartam os mesmos postulados porque no caso contrario será profundamente irrelevante o que proponhas e digas. Muito mais irrelevante é o que dizem e pensam os simpatizantes e o eleitorado das organização da velha política. Pela contra a nova política carece do militante tradicional e temse muito em conta o que diz o entorno social que o apoia deixando que este entorno influa na orientação do programa e sobre todo na eleição dos candidatos eleitorais. A diferença do resultado é que no sistema clássico se apresenta como fundamental o existencialismo do discurso do partido e uns candidatos capazes de somar apoios internos ainda que careçam de apoios sociais por falta de carisma e capacidade de comunicação emocional. Na nova política os discursos são nascidos do entorno sociológico que os apoia e pelo tanto soam a frescos, atualizados sem que este feito suponha abandonar os princípios básicos da organização. Os candidatos precisam ser elegidos ou respaldados pela base eleitoral e pelo tanto soem ser candidatos que suscitam apoio social e, pelo tanto, votos.

A esquerda social tem princípios e vocabulário que hoje o Bloque rejeita porque não nasceu do seu entorno 

A entrada do Bloque no jogo da nova política já lhe tem reportado aspectos positivos entre os que cabe destacar um importante número de entrevistas de TV e folhas de jornais, feitos estes muito importantes neste momento social tal e como o mostra o jeito de nascer dos novos lideres políticos. Se no nosso discurso fossemos capazes de incluir propostas e vocabulário da esquerda social já teríamos avançado e teríamos sido capazes de converter uma velha ferramenta em algo atual e útil. Também é preciso não abandonar o discurso nacionalista mas entendo que é preciso converte-lo (no vocabulário) em orgulho e dignidade de ser galegos sentirse e atuar como tal e não tanto em ser e atuar como nacionalistas. É preciso, como não, colocar linhas vermelhas e deixar as mesmas claras diante da base social e eleitoral. Penso que um discurso aberto, mas marcando a linha vermelha de Galiza Galiza Galiza seria ajeitado. Algo assim: “convidamos a todos as pessoas e organizações a participar  na criação dum movimento galego que seja quem de devolver-lhe a ilusão a gente do comum, que seja quem de volver-lhe o poder sobre o seu futuro às pessoas, que seja quem de fazer-nos sentir orgulhosos de ser galegos e galegas, que seja quem de derrotar duma vez por todos ao partido do passado apostando na criação dum movimento político de âmbito  e obediência estritamente galega disposto a colaborar com outras forças doutros pontos do Estado na derrota do PP  espanhol e em colocar as bases para uma segunda transição que seja verdadeiramente democrática” 

Minho, 8 de Junho de 2015.

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