Opinión

Assembleia Nacionalista de Lugo

Acudi a Lugo para assistir à comemoração da Assembleia Nacionalista de Lugo de 17 e 18 de Novembro de 1918 e do seu Manifesto convocada por Galiza pela Soberania. Das quatro pessoas que falaram no Salão de Atos do Paço de São Marcos só uma, Teresa Moure, pronunciou a palavra «português» para dizer: «ALFABETIZAR em português [as nossas] crianças».

Acudi a Lugo para assistir à comemoração da Assembleia Nacionalista de Lugo de 17 e 18 de Novembro de 1918 e do seu Manifesto convocada por Galiza pela Soberania. Das quatro pessoas que falaram no Salão de Atos do Paço de São Marcos só uma, Teresa Moure, pronunciou a palavra «português» para dizer: «ALFABETIZAR em português [as nossas] crianças».

"O Manifesto remata: com vontade CEIVE FAREMOS NÚPCIAS DE AMORE COM OUTRAS SOBERANIAS [Portugal] contra as que não vai NEM QUER IR a soberania nossa".

No Manifesto, nos Problemas Constituintes [da Nação Galega], o primeiro é a Autonomia Integral para a Galiza [tão funda como verdadeira Independência de Estado Nascente, na proposição lida por António Vilar Ponte].

O quarto, a FEDERAÇÃO DA IBÉRIA: a Espanha e as nacionalidades com Portugal, FEDERADAS sob o nome de IBÉRIA.

O quinto, dentro da Federação da Ibéria, IGUALDADE DE RELAÇÕES COM PORTUGAL: a Galiza em IGUALDADE DE RELAÇÕES com Portugal que permitisse a Federação da Galiza com Portugal, a UNIÃO da Galiza com Portugal.

O sexto, chegarmos à FEDERAÇÃO COM PORTUGAL, com o regime que mais o favorecesse. Evitam pronunciar-se em favor da República embora António Vilar Ponte afirmasse que uma República Federal Espanhola FAVORECERIA o progresso do IBERISMO, FAVORECERIA A UNIÃO NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL.

O sétimo, o ingresso das nacionalidades na Liga das Nações: a Galiza com Portugal com VOZ E VOTO na ONU nos tempos de hoje.

No Manifesto, dos Problemas Políticos [da Nação Galega], o primeiro a IGUALDADE de direitos homem-mulher.

O segundo, a questão eleitoral que se não garantir a soberania do povo [galego] apelaríamos aos representantes das nacionalidades Euscara e Catalana e, se isto não chegasse, ao Estado mais afim ao nosso para que na Liga das Nações defenda o nosso direito à liberdade cidadã.

O terceiro, acabar com as Deputações.

O Manifesto remata: com vontade CEIVE FAREMOS NÚPCIAS DE AMORE COM OUTRAS SOBERANIAS [Portugal] contra as que não vai NEM QUER IR a soberania nossa.

António Vilar Ponte considera que como PRIMEIRO PASSO para alcançar TODO ISSO os nacionalistas galegos TÊM DE ACORDAR dirigirem-se ao governo português com o objeto de que ele na Conferência de Paz dentro da Liga das Nações se FAÇA INTÉRPRETE DO NOSSO DESEJO DE AUTONOMIA INTEGRAL.

Tudo baseado em que a liberdade e a Independência de Portugal consideramo-la os galegos como a nossa própria liberdade e Independência e estaremos dispostos decote a ERGUERMO-NOS VIOLENTAMENTE CONTRA OS QUE QUISESSEM ESNAQUIÇAR AQUELA. Eis a razão segundo Norberto Ferreira da Cunha: a República portuguesa revelou-se uma ameaça para a Monarquia espanhola. Por isso Afonso XIII manifestou a intenção de INTERVIR no Portugal republicano ora com o beneplácito ATIVO da Inglaterra ora sob mandato da Sociedade das Nações. As debilidades internas da República portuguesa eram demasiado grandes para enfrentar as consequências práticas do seu FEDERALISMO PROGRAMÁTICO. Em palavras de Castelão: o pretexto para INVADIR Portugal [de Afonso XIII], que já mobilizara o exército em 1911, o mesmo ano da INSURREIÇÃO da Esquadra espanhola que acaba com o fuzilamento de Sanchez Moya, complô lavrado durante a visita da fragata Numancia a Lisboa por sugestão da triunfante revolução portuguesa.

António Vilar Ponte na sua proposição considera que a Galiza com Portugal FORMA NAÇÃO COMPLETA e que o Português é o Galego nacionalizado e modernizado sem proclamar a necessidade da ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS que indicara João Vicente Biqueira, «estudar Galego com dicionários e gramáticas portuguesas».

"Dizer com VERDADE que a Assembleia Nacionalista de Lugo MANIFESTARA e MANIFESTA a necessidade de uma AÇÃO POLÍTICA do nacionalismo galego e não apenas no aquém e no além-Minho mesmo nos FOROS INTERNACIONAIS para conseguir a UNIDADE NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL"

A Assembleia Nacionalista reuniu-se justo um ano depois do último dos Dez Dias que Abalaram o Mundo (7-17 de Novembro de 1917) durante os quais Lenine e Estaline para resolver o problema das nacionalidades DECRETARAM o «direito dos povos da Rússia à livre autodeterminação até a sua separação e constituição em Estados independentes» e sessenta e um dia antes, no «albeo» das nacionalidades, do começo em 18 de janeiro de 1919 da Conferência de Paz de Paris que dará lugar ao Tratado de Versalhes em 28 de junho de 1919.

O mandato do poder proletário soviético na dita Conferência foi «Paz sem anexações nem contribuições sobre a base do direito das nações à autodeterminação».

A delegação de República portuguesa na Conferência estará presidida desde 12 de março até 28 de junho de 1919 por Afonso Costa que tem um papel de destaque na própria Sociedade das Nações criada a instância do presidente norte-americano Wilson. Não sabemos se o desejo de Autonomia Integral da Galiza foi contemplado por Afonso Costa como representante do governo português na Sociedade das Nações.

O que sabemos e que nada disto foi comemorado em Lugo perante um centenar ou mais de pessoas integrantes do BNG, Nós-UP e outras num ato fechado que não fez possível que outras vozes pudéssemos CONTRIBUIR para dizer com VERDADE que a Assembleia Nacionalista de Lugo MANIFESTARA e MANIFESTA a necessidade de uma AÇÃO POLÍTICA do nacionalismo galego e não apenas no aquém e no além-Minho mesmo nos FOROS INTERNACIONAIS para conseguir a UNIDADE NACIONAL DA GALIZA E PORTUGAL.

Comentarios