Opinión

Tempos de mudança

O resultado nom podería ser outro do que foi, mas havia que intentá-lo.

O resultado nom podería ser outro do que foi, mas havia que intentá-lo. Nem umha melhor campanha, nem sequer um maior espaço nos médios conseguiria sustancialmente variar o que estava reflexionado e decido na vontade popular. NÓS Candidatura Galega nom conseguiu o seu objectivo de acadar representaçom.

A razom fundamental é sem dúvida a necessidade urgente dumha parte da cidadania galega de mudar as cousas. Nom querem outros 20 anos de trabalho honrado e fiel a Galiza desenvolvido polo BNG e tam repetidamente reivindicado em campanha. Ante a promessa de continuísmo, a parte mais consciente e sufrinte da sociedade galega, apostou por um cambio, apostou por umha estrategia que di que o cambio tem que ser aqui e agora. Umha estrategia à que se agarram coma um cravo ardendo para que cambie aquilo que lhes causa dor nas suas vidas: a falta de emprego; o abuso hipotecário e bancário; o trabalho escravo, o empioramento das condiçons salariais, laborais e de seguridade; a privatizaçom e recortes dos serviços públicos, sanidade, educaçom e dependência; os desafiuzamentos; a pobreza energética; ... Ante outros 20 anos intacháveis, mas ermos em quanto á capacidade para melhorar a realidade desta parte da sociedade galega, que resiste entre a precariedade e as redes familiares de apoio, o voto a En Marea, foi umha alternativa que arrinca dum desejo moi maioritário de que todo melhore, e que pare o latrocínio e a corrupçom. 

" Nestas eleiçons, a urgência, as ganas de ganhar, de  sentir-se no grupo ganhador, forom moi maioritárias"

En Marea conseguiu, co efeito chamada de Podemos, compactar a umha ampla maioria da esquerda social, que mágoas aparte de nom ter conseguido umha lista única, apostou polo cavalo ganhador e sobre todo, polo cavalo que claramente avançava cara adiante, “hai que atravessar a barreira de lume coma seja e quanto antes“. Nestas eleiçons, a urgência, as ganas de ganhar, de  sentir-se no grupo ganhador, forom moi maioritárias. Muita gente vai seguir apostando claramente por esta estratégia para ver se se consegue, se se tumba à besta.

O sentimento nacional foi reconduzido maioritariamente cara essa estrategia, e em certa medida a existência na última hora de NÓS Candidatura Galega, facilitou maiores compromissos de carácter nacional dentro das negociaçons, agora sabemos que começadas hai um ano, onde se passou de afirmar que a criaçom dum grupo parlamentário próprio era tecnicamente impossível de conseguir, a converter-se num elo importante do discurso de En Marea ao longo da campanha, e agora, conseguida a aprovaçom de Pablo Inglesias, reconhecido como um feito histórico, independentemente dos obstáculos que vai atopar no caminho imediato: o da própria composiçom interna e os conflitos de obediência partidária que se derivam dela, e o da  reaçom do próprio sistema que provavelmente vai utilizar todos as leituras possíveis do regulamento parlamentar para impedir a sua constituçom.

Quedou demostrado neste processo, que a urgência o barre todo, que os pactos entre cúpulas ou as intencionadamente sobredimensionadas diferenças que impedem unidades mais amplas, nom têm custe, quando menos para a parte que acadou representaçom, que seguem a ver as primárias abertas, e os modelos de participaçom assembleários, coma um perigo para que as pessoas elegidas polas cúpulas para levar o leme deste processo, podam acadar os postos que precisam. O único custe é para o processo em sim: a incorporaçom de NÓS e de IU às listas das coaliçons , teria conseguido um efeito multiplicador e acelerante, estaríamos diante dum resultado muito mais favorecedor para configurar no estado um governo à esquerda capaz de fazer as reformas urgentes, socialmente mais necessárias e demandadas que afetam à vida e o bem-estar de milhos de pessoas. Um cenário bem diferente para fazer valer o direito a decidir.

" NÓS, nom é só umha marca eleitoral do BNG, senom o gromo dum movimento capaz de abrir novos processo de participaçom política"

Ficam apenas uns meses para enfrontar umha nova contenda eleitoral, umha cita que vai estar marcada polo devenir da construçom do novo governo e pola possibilidade de ampliar ou nom as forças que se coaliguem com Podemos. Três anúncios vêm a sinalar que o caminho já encetou, ainda que é difícil saber que é o que já está pactado ou nom. Por umha parte as declaraçons de Martinho Noriega negando a sua candidatura a presidente da Xunta; por outra parte as declaraçons de Beiras que abrem essa possibilidade, quando menos para ele liderar a candidatura, e por último o anuncio dum processo de reflexom e debate que rematará numha assembleia nacional do BNG em Março.

O BNG tem por diante um caminho complicado e qualquer das decisons que tome vai ser negativa para a organizaçom, tal como está concebida até agora. É por isso que o BNG devería desbotar do debate que começa, centrar-se só nunha olhada introspectiva. As gentes do BNG, mais umha vez, devem exprimir-se ao máximo e decidir o que considerem mais positivo para os interesses da Naçom e do Povo, aqui e agora, nestes momentos que estamos a viver, onde todo cambia, e todo muda, e volve a mudar. Sería bom demonstrar à sociedade galega que NÓS, nom é só umha marca eleitoral do BNG, senom o gromo dum movimento capaz de abrir novos processo de participaçom política, um movimento que saiba construir alianças necessárias para construir as novas hegemonias onde os direitos e interesses da Galiza estejam reconhecidos.

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