Opinión

Na balança, menores ou velhice?

A estas alturas ninguém nos pode ocultar que detrás da migraçom existem máfias e governos que a utilizam para premer, chantagear ou quitar estabilidade a zonas geo-estratégicas, tombar governos ou negociar com vantagem. O caso da fronteira mexicana é paradigmático. Ninguém, salvo que queira caminhar de olhos vendados, pode deixar de ver no êxodo migrante, unha historia de conquista e saqueio dos países de origem, por parte dos países recetores. Assumindo isto com toda a carga de profundidade que implica, da necessidade mesma de cambiar o sistema mundo, no aqui e agora cumpre pôr unha olhada urgente sobre as vítimas, e sobre essa moeda de cambio e chantagem que som os menores migrantes.

Nestes case dous anos de pandemia, como sucedeu ao longo da historia em momentos de crise, e esta é unha crise mundial, assistimos a um confronto sobre o modelo de sociedade. O debate público/privado, os direitos coletivos e individuais, a liberdade, e mesmo o valor da vida humana, envolvem este debate. Unha confrontaçom de ideias que nom está facilitada pola informaçom-lixo, ou as mentiras que se divulgam num fogo cruzado, onde saem exabruptos como a campanha onde se contrapom o gasto que supom o acolhimento dum menor migrante e o gasto dumha mulher de idade. Unha imagem tramposa que pretende que elejamos entre a vida e o bem-estar dum familiar e a vida dum menor. Sem nos dar a oportunidade de sermos unha sociedade, com suficientes recursos para valorar a vida de todas e todos, para sermos unha sociedade de acolhimento e coidados.

Estas semanas assistimos com horror na cidade da Corunha à detençom dum grupo de pessoas acusadas da compra-venda dumha nena de 12 anos. As novas sobre violência contra menores, ou as cifras do aumento de casos de menores tutelados pola Xunta durante a pandemia, estam indicando o rueiro por onde, unha parte da sociedade, quere que transite o futuro de menores vindos ao mundo nunha situaçom de vulnerabilidade.

A Asociación galega contra o maltrato a menores e a Asociación Galega de acollemento de familia extensa do menor denunciamos também estes dias, ante a Conselharia de Política Social, a Direçom Geral de Família e à Valedora do Pobo, as declaraçons da Conselheira Fabiola García, que anunciava um aumento do 4% dos nenos e nenas em regime de acolhimento na Galiza, relacionado diretamente com as dificuldades económicas que tenhem que afrontar algumhas famílias. Umha vulneraçom dos direitos da infáncia, que em nengúm caso permitem afastar a menores por razons económicas do seu ámbito familiar, e devera obrigar às administraçons a umha intervençom urgente de apoio a estas famílias, mesmo utilizando os recursos que se vam derivar desse acolhimento. Um modelo de acolhimento, por certo, amplamente privatizado, em mans de instituiçons religiosas.

Partimos, mais unha e outra vez, num grande Titanic onde nom hai suficientes barcos salva-vidas, na vez de construirmos barcos onde a velhice segura e a infância com direitos esteja garantida.

Comentarios