Que no centenário da criação das Irmandades da Fala, o concelho d’A Corunha elimine do seu rueiro o nome “División Azul” e substitua por Antón Vilar Ponte é uma decisão que honra à cidade, e como cidadãos devemos parabenizarmos de que a autarquia leve adiante uma iniciativa que, no meu modesto entender, tem um simbolismo que transcende o facto de simplesmente mudar o nome de uma rua.
Faz justiça com a memória histórica. Dignifica a nomenclatura com um homem que se caraterizou pelo seu compromisso para com a sua Terra, a sua Cultura e as suas gentes. Contribue a nos lembrar, em especial à cidadania d’A Corunha, o compromisso que amplos sectores da sociedade corunhesa mantiveram com o nosso idioma e a nossa cultura, eliminando um preconceito, em demasia estendido, de apresentar a cidade herculina coma cidade espanhola.
Que a totalidade de galegas e galegos, com independência das suas opções políticas, sintam como próprio o legado de quem trabalhou pela dignificação da Terra é um avanço para o nacionalismo
Em este ano que se cumpre o centenário das Irmandades da Fala, qualquer esforço, qualquer proposta, qualquer acto, por insignificante que ele for, é fundamental para cumprir os objetivos, centenários já, do idearium que as Irmandades da Fala estabeleceram de que a cidadania da Galiza assuma a sua identidade nacional e sente orgulho de ser.
Que a totalidade de galegas e galegos, com independência das suas opções políticas, sintam como próprio o legado de quem trabalhou pela dignificação da Terra é um avanço para o nacionalismo. E nos tempos que toca viver, qualquer avanço é de agradecer.