Opinión

Orgulho de ser

Sinto orgulho de ser quem som. Orgulho de minhas origens. Da Terra que piso e amo. De pertencer a um povo, algo peculiar no referido à sua identidade, mas é o povo ao que pertenço, nem melhor nem pior que outros. Orgulho de ser membro de uma comunidade identitária que transcende as fronteiras do Estado no que tributo, mas que não admite pudera articular de forma diferente os seus territórios e que só equipara Nação com Estado. Quando eu, nem sequer pretendo ser Estado. Para que?

Dói a intransigência com que recebem propostas diferentes de sentir e ser o que Espanha debera ser, aqueles espanhois castelhanos ou castelhanizados. E tomo emprestada a expressão de um homen a quem ninguém negará a sua pescuda intelectual por entender que é o que é Espanha: Lain Entralgo.

Dói a intransigência com que recebem propostas diferentes de sentir e ser o que Espanha debera ser, aqueles espanhois castelhanos ou castelhanizados

Ler que o Castelhano é tratado como “enemigo público número 1” por aqueles que queremos uma política idiomática diferente no Estado, roça a estupidez, por muito catedrático de Direito Constitucional que seja quem tal afirmação fez. Afirmar que as políticas reivindicadoras do idioma próprio procuram empobrecer às populações dos países que temos a fortuna de ter o nosso próprio idoma, além do castelhano impostos por motivos que a ninguem escapa, é simplesmente perverter a realidade de maneira que faria ruborizar o mesmo Goebbels. O triste é que este maravilhoso estado que há quem diz que é Federal, negue aos milhões de espanhois monolingues a oportunidade de conhecer a riqueza que os não castelhanos possuem. Se eles conhecerem as outras culturas que coexistem na Península Ibérica, seria um passo firme ao respeito que maioritariamente hoje não existe entre amplos setores da Espanha castelhanizada. E essa falta de respeito, conduz ao que conduz.

Mas como hoje, quando estou a escrever, é o dia da minha lingua, do idioma que me identifica como o que eu som e quero ser, permitam que remate com versos de um galego universal, como todos aqueles que consideramos que “Galiza tem o dever de contribuir à civilização universal”:

Renunciar ao idioma
é ser mudo e morrer.
¡Precisamos a lingua
se queremos vencer!

                                                             Manuel Maria

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