Opinión

Entre Operación Triunfo, Gran Hermano e Sálvame de Lux

Não me lembro em que jornal li umas declarações de um representante do PNV a respeito das negociações para a formação do governo que tanto ocupam, e que suponho preocupam. Em essas declarações fazia referência à discrição com que eles gostam de tratar os assuntos da política. Discreção que nada tem com opacidade e que, pelo contrário, evita situações incómodas de terem que justificar com o que concordam, e com o que discordam, sem dar tempo de que a memória, sempre tão fraca, da cidadania esqueça acusações, agravos, insultos e ofensas várias. Aspetos que, de não acrescentarem algo ao sentido comum, podem ter repercussão em outros âmbitos que nos afetam como cidadãos. A administração dos concelhos é disso um bom exemplo.

Assisto espantado a um espetáculo em que semelha que nenhum dos protagonistas quer tirar proveito de usar o poder do legislativo

Eu, que já tenho comentado que estamos perante uma excelente oportunidade de viver um período no qual o poder executivo governe submetido ao poder legislativo, assisto espantado a um espetáculo em que semelha que nenhum dos protagonistas quer tirar proveito de usar o poder do legislativo e desejar uma situação de amplas maiorias (afortunadamente não unitárias, espero) com que levar a cabo a sua peculiar maneira de entender o contrato entre governo e cidadania. Reitero a minha particular opinião de que é um sintoma que reflete a falha de cultura democrática e a necessidade de avançar pelos caminhos do dialogo.

E quando assisto como espectador a alguma fasse do debate, pelas formas, pelos modos e, sobre tudo, pela falta de argumentos, tenho a percepção de assistir a um programa da televisão. A única dúvida, e ela depende de quando eu ligo o televisor, é se estou a assitir a “Operación Triunfo”, “Gran Hermano” ou “Sálvame de Lux”. Será que a chamada nova política tem que ser assim? Mas se ela é assim, fica coa “caspa” da velha política.

Comentarios