Opinión

Ana Frank volve chorar

Os sucessos vergonhosos, obscenos, vividos esta terça feira em Madrid são exemplo da fragilidade da memória. Eis os seguidores do PSV quando lançavam moedas ás mulheres (a procedência não interessa, e por acaso nem sequer o género) e eis a passividade medrosa das pessoas que de maneira involuntaria assistem a um espectáculo nojento, próprio da pior sequência do medievo e não de tempos e espaços que viviram a luz da Ilustração e superação de vestígios da barbárie que em tempos acompanhara o ser humano. Agás um. Afortunadamente sempre há um que devolve a dignidade ao colectivo. 

Da intervenção da polícia, melhor nem falar. É de esperar que o senhor ministro do interior dará as pertinentes explicações.

Também quero pensar que estes seguidores do PSV não tiveram oportunidade de visitar o Museu de Ana Frank

E penso na vergonha que deve sentir Guus Hiddink, quem jogara no PSV Eindhoven, quando adestrador do Valencia mandou retirar a simbologia nazi do estádio para continuar com o jogo. Acontecera em Mestalla um 13 de fevereiro de 1992 (estádio do Valencia). 

E lembro com orgulho a dignidade de aquel governo que dimitiu para asumir a pasividade, quero crer que motivada pelo medo, dos “cascos azuis” holandeses, quendo não foram quem de impedir que os soldados serbiobosniacos do general Ratko Mladic, assainaram em Julho de 1995 a 7.500 pelo feito de eles serem muçulmanos.

E também quero pensar que estes seguidores do PSV não tiveram oportunidade de visitar o Museu de Ana Frank e que terão esquecido o sufrimento de muitos holandeses, solidários com judeus e outros perseguidos pelos nazis. Tenho a certeza que esta terça feira Ana Frank volveu chorar.

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