Opinión

Até sempre, Vila-Boa!

Onte pola noite soubem da morte de Manuel Vilaboa Toucedo, Vila-Boa. Pouco é o que eu podo dizer deste home que conhecim em Vigo quando, lá para finais de 70s, de adolescentes politicamente inquedos, participavamos nas greves do licéu Santa Irene e assistiamos a quanta mobilizaçom houvesse convocada por qualquer motivo. 

Onte pola noite soubem da morte de Manuel Vilaboa Toucedo, Vila-Boa. Pouco é o que eu podo dizer deste home que conhecim em Vigo quando, lá para finais de 70s, de adolescentes politicamente inquedos, participavamos nas greves do licéu Santa Irene e assistiamos a quanta mobilizaçom houvesse convocada por qualquer motivo. 

"Sempre na linha de lume, arriscando, arengando, sorridente, convencido, com voz alta e clara, com essa olhada limpa e direta que só se encontra n@s autêntic@s comunistas"

Lembro-o nesses anos em que os antidisturbios da Crunha ou de Valladolid –que sempre nos pareciam “mais grandes”- ocupavam a cidade dia sim e dia também, sempre na linha de lume, arriscando, arengando, sorridente, convencido, com voz alta e clara, com essa olhada limpa e direta que só se encontra n@s autêntic@s comunistas e fazendo-nos sentir àqueles rapazes que nos acompanhava gente da máxima solvência. Um privilégio excecional, visto com a perspetiva de hoje.

Passado o tempo, coincidim fisicamente com ele dum modo esporádico em atos, mobilizaçons, etc. Vila-Boa, mais velho, com o entusiasmo e a combatividade de sempre, inadsequível ao esgotamento. Numha ocasiom, visitando Sanxoás por questons relativas a um processo penal contra independentistas, lembro encontrá-lo na sala de espera. Ouvira a nossa conversa e ao sairmos do escritório refletia na olhada umha alegria intensa. “Seguide!, Seguide!”, acho recordar que me dixo com aqueles olhos acendidos. Infatigável e ilusionado como qualquer daqueles cativos que viramos nele um dos nossos referentes.

"Esmorece um pouco mais com a sua marcha umha fornada de homes irrepetíveis que gravárom a lume a cifra 1972 na história da Galiza"

Nom haverá titulares nem grandes atos para despedir a quem passou 9 anos preso na Modelo de Barcelona por um conflito laboral dos linotipistas e dous meses na prisom de Vigo pola luita de ASCON, mas tenho a certeza de que quando a história deste país a escreva quem deve fazê-lo gentes e vidas como as de Manolo ocuparám o lugar que merecem. Mostrárom-nos de nenos que sim é possível viver sem rebaixas, nem ambigüidades, nem cabeças gachas.

Diz-me Benigno por telefone que, após lhe solicitarem os médicos tomar umha mostra de óso para conhecer o desenvolvimento da enfermidade, Vila-Boa contestou que “se é por bem da Humanidade, que se faga”. Esmorece um pouco mais com a sua marcha umha fornada de homes irrepetíveis que gravárom a lume a cifra 1972 na história da Galiza


 

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