Opinión

Notas dum estrangeiro para D2

Era um fracasso. Vimos que nom era a oportunidade da geraçom o que passou quando falhamos ao acordar uma candidatura unitária


Era um fracasso. Vimos que nom era a oportunidade da geraçom o que passou quando falhamos ao acordar uma candidatura unitária. Ontem falhamos. Hoje decidimos que fazer com o que há.

Temos dous projectos distintos. O problema grave para o que leva o nome duma mareia é que para ser mareia tens que levar a auga contigo. Três cúpulas acordando decisons nom é auga. O povo galego é a auga e nom teremos mareia até que o povo galego se mova. Se verdadeiramente quiseram uma mareia teria sido necessário nom deixar nem um obstáculo impedir o caminho de chegar ao acordo. Se pensarom que ‘assembleia’ ‘participaçom’, ‘cidadania’, etc apenas eram palavras sem contido equivocarom-se muito. Empregar tais palavras baleiras do seu conteúdo é um delito no caminho para a uma política nova. Nunca saberemos quanta paixom, quanta energia, quanto ânimo perdemos no momento ter falhado no acordo. 

Ando com um olho posto nos comícios vindeiros e a escassa possibilidade que resta de construir uma candidatura unitária. Temos as enquisas para D20. Já podemos ver os resultados prováveis. O melhor resultado para entrar nas negociaçons de 2016 seria que cada candidatura tenha, ao menos, um mínimo de êxito nestas eleiçons. 

Dizer ‘basta’ sem rachar com o poder e o centralismo de Madrid é dizer continuamos com os poderes que há, continuar afastados das nossas irmãs em Portugal

Eu som um estrangeiro neste país: um imigrante.  Quando falo com muit@s galeg@s sobre os temas nacionais ouço estas frases constantemente: 'sim, queremos proteger a nossa cultura, proteger a nossa língua e os nossos interesses mas, basta com luitinhas de bandeiras'. 'Basta com argumentos sobre fronteiras'. 'Basta com fronteiras'. E entendo o sentimento.

Som imigrante. Nacim nos Estados Unidos. Vivim na África do Sul, Jordan, a Uniom Soviética, Austrália e a Gram Bretanha e agora estou aqui, construindo um fogar permanente para mim e os meus. Som imigrante. Som internacionalista e o lema, basta com as fronteiras é uma boa cantariga para mim. Basta com as fronteiras — Sim. Mas, como? Os estados grandes que tratam com as corporações e que jogam com a guerra nom som instrumentos para proporcionar-nos a liberdade que exigimos. O sentimento progressista detrás deste lema nunca se realizará dentro das dinâmicas destes estados grandes. Dizer ‘basta’ sem rachar com o poder e o centralismo de Madrid é dizer continuamos com os poderes que há, continuar afastados das nossas irmãs em Portugal. Continuarmos a silenciar a voz dos povos mais pequenos. Em realidade, nom há liberdade nesse caminho. Europa está a ter uma crise existencialista com muitos dos estados grandes sendo incapazes de proporcionar aos seus diversos povos a vida que merecem. É o momento em que muitos desses povos começam a exigir os seus direitos.

Nom devemos deixar Galiza sem voz própria neste momento clave

Nom é a hora de abandonar esta voz a outras que dizem que actuarám por nós. Nom devemos deixar Galiza sem voz própria neste momento clave. 

Em todas partes de Europa é a hora do local, de descentralizar o poder, de diminuir os estados grandes. É a hora dos povos, a hora da democracia. Sim, também há ventos feios de racismo, anti-imigraçom, e anti-solidariedade soprando sobre Europa mas é um erro gravíssimo pensar que a soluçom destes problemas virá dos centros de poder existentes, nos estados potentes. O impulso progressista virá dos povos, dos nações pequenas. 

Um povo que luita para os seus direitos e a dignidade de tod@s, incluso @s imigrantes, é um povo grande de alma que merece a sua própria voz. O futuro que queremos, teremos que  construi-lo, nós.

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