Opinión

Tempos excepcionais exigem medidas extraordinárias

A gravidade da situaçom sócio-económica, psicossocial, identitária e ambiental que padece a maioria social deste país é avondo evidente como para que nos devamos de entreter agora na sua decriçom. Padece-se em carne própria. A presença, já em 2013, de traças de antidepressivos e ansiolíticos em todos os rios galegos, em níveis que afectariam as crianças que consumissem essa água potabilizada, é o sintoma dumha crise e um malestar muito profundos que corroem a sociedade galega.

A gravidade da situaçom sócio-económica, psicossocial, identitária e ambiental que padece a maioria social deste país é avondo evidente como para que nos devamos de entreter agora na sua decriçom. Padece-se em carne própria. A presença, já em 2013, de traças de antidepressivos e ansiolíticos em todos os rios galegos, em níveis que afectariam as crianças que consumissem essa água potabilizada, é o sintoma dumha crise e um malestar muito profundos que corroem a sociedade galega.

"A soluçom passa necessariamente por um processo ascendente de auto-organizaçom, luita e conflituosidade em todas as frentes que construa formas embrionárias de contrapoder nacional e popular com a olhada posta na constituiçom dum Estado próprio"

As tendências dominantes ameaçam aliás com empurrar esta situaçom até um ponto de irreversibilidade onde a pauperizaçom, a degradaçom psicossocial, a destruiçom e espólio do território e o enfraquecimento do projeto nacional galego -tanto nas suas possibilidades presentes como nas expetativas de futuro- nos situem num coma irresolúvel. Isto, assim descrito superficialmente, é um cenário de emergência nacional.

A soluçom passa necessariamente por um processo ascendente de auto-organizaçom, luita e conflituosidade em todas as frentes que construa formas embrionárias de contrapoder nacional e popular com a olhada posta na constituiçom dum Estado próprio, única ferramenta com a capacidade necessária para executar as políticas que exigem situaçons como a nossa. A este respeito, como sempre, a via institucional para a soberania nom passa de ser umha ilusom ótica e o paternalista mantra pequeno-burguês que assegurava que O povo nom está maduro a coarctada de quem nom estám dispostas a arriscar a sua comodidade.

Neste enquadramento, as opçons de esquerda espanhola que tam notável sucesso eleitoral alcançárom nos últimos meses –deslocando o nacionalismo como expressom hegemónica de oposiçom na esfera institucional- nom passam de ser placebos substitutivos que retardam ou neutralizam a eclosom de alternativas realmente ruturistas. No entanto, seria estéril deitar a responsabilidade dos nossos fracassos –a minorizaçom social do independentismo e a incapacidade para convencer a maioria social galega de que qualquer estratégia resolutiva passa por alcançar poder político próprio- nas habilidades dos inimigos tradicionais e os seus aliados.

"As opçons de esquerda espanhola que tam notável sucesso eleitoral alcançárom nos últimos meses  nom passam de ser placebos substitutivos que retardam ou neutralizam a eclosom de alternativas realmente ruturistas"

É necessário olhar para dentro, e aqui, as responsabilidades repartem-se de maneira desigual entre o nacionalismo hegemónico e as façons independentistas. Quanto ao primeiro, é óbvio que desde a Transición Democrática em que mantivo umha posiçom ruturista evoluiu face a sua homologaçom como força do regime constitucional, pujo o seu capital de luita ao serviço dumha inexistente via institucional para supostamente “salvar o país” e debilitou até extremos gritantes o músculo social e a batalha ideológica desenvolvidas na clandestinidade e os primeiros anos do regime atual. Com semelhante trajetória, é lógico que hoje tenha agora sérias dificuldades para aparecer num momento de crise como umha opçom ruturista. Todo passa factura. As imagens de dirigentes do BNG em iates e viaturas anfíbias de Urovesa, reunidos com oligarcas espanhóis ou homenageando a Guardia Civil tenhem um impacto psicossocial demasiado forte para apagá-las por arte de mágia ou de declaraçons congressuais.

Por sua parte, o independentismo galego nas suas distintas expressons, embora mantivo em pé práticas e reivindicaçons estrategicamente necessárias, pagando um altíssimo custo humano e possibilitando que hoje exista umha reivindicaçom nacional de máximos, como evidencia a mobilizaçom juvenil de 24-J, nom soubo ou nom pudo estruturar-se e erguer-se como umha opçom solvente. O cenário mobilizador deste 25 é, em certa medida, umha expressom destes diagnósticos.

"As instituiçons, a diferença do que fijo tradicionalmente o nacionalismo hegemónico, já nom som a finalidade mas apenas alavancas para um processo coletivo e histórico que as deve superar".  

O objetivo estratégico e a táctica necessária som, a grandes traços, evidentes. A diferença do que anuncia a neoesquerda de verbo ruturista e praxe acomodada que minimiza a questom nacional, qualquer soluçom para a questom social passa por esta alfândega. Neste esquema, as instituiçons, a diferença do que fijo tradicionalmente o nacionalismo hegemónico, já nom som a finalidade mas apenas alavancas para um processo coletivo e histórico que as deve superar.  

Contodo, enquanto o nacionalismo galego nom resolva o ser ou nom ser dos seus dilemas estratégicos e continue a abalar entre a correçom política e o que é política e socialmente necessário num contexto de emergência nacional, enquanto module a sua estratégia prioritariamente em funçom de que diga o termómetro eleitoral, só podemos e devemos esperar que haja mulheres e homes que sigam ençoufadas na construçom dum projeto político e dum movimento independentista que se empenhe em converter o necessário em real. É por esta razom, que vai para além do 25, que neste Dia da Pátria chamamos às independentistas galegas e galegos a se manifestarem com Causa Galiza em Compostela.

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