Opinión

Central eléctrica de As Pontes, Alcoa, feche já

Muito se está a falar nos últimos tempos do mais que iminente feche da Central Térmica de As Pontes, ou da planta de Alcoa em Sam Cibrao. A prática totalidade de formaçons políticas e sindicais da Galiza coincidem em reclamar a continuidade da atividade da umha e a outra, ocupam portadas dos jornais, som motivo de acaloradas discussons parlamentares a ver quem as defende com mais força. A discrepância está proibida, a quem se lhe pode passar pola cabeça! Se som o motor económico das suas comarcas, que será de nós se desaparecem! Pois eu digo: a ruína da Galiza som empresas como a Central de As Pontes e Alcoa.

O complexo Alúmina-Aluminio iniciou a sua montagem no ano 76, para estar operativo a começos do 79. A central térmica de As Pontes começaria a sua atividade no 76. Dous projectos relativamente próximos no espacial e no temporal, condenados ou mais bem desenhados para pular o um do outro: metade da produçom eléctrica de As Pontes teria como destino Alúmina-Aluminio. Naquela altura, 1973, Fenosa lançava o projecto finalmente paralisado polas protestas populares da central nuclear de Jove.

Um é amigo de guardar livros velhos, que nom por velhos estám rançosos. Algum destes dados expostos recolhe-os Ramón Varela no seu livro A contaminación das centrais nucleares: Xove, de Ediçons Xistral. Livro velho também o do I Congresso da UPG que em setembro do 77, no documento programático, no apartado “Galiza como naçom colonizada”, expunha como ferramentas da colonizaçom espanhola da Galiza esse modelo de industrializaçom: de enclave, contaminante, exploradora de recursos, que abrange unicamente as primeiras fases dos ciclos produtivos, que contribuiriam a perpetuar a dependência económica da Galiza. Que mudou desde entom para que, baixo a mesma bandeira que reclamava um outro modelo industrial, de desenvolvimento do País, agora se loite pola sua continuidade.

Estamos perante um modelo de industria que destruiu mais do que criou. Se o norte da Galiza é um mar de eucaliptos nom só é responsabilidade de Ence, ou das políticas agrárias da UE; se o rural está avelhentado e praticamente desertizado nom é casual nem um “reflexo remoto”, cá nas colónias, disso que agora chamam “a Espanha vazia”. A erupçom qual tumores malignos destas duas indústrias forçou a proletarizaçom moitas vezes em precário de milheiros das áreas rurais circundantes (só na construiçom e montagem de Alúmina-Aluminio participaram 8000 pessoas), abandonando a atividade agrária, desdibujando por completo, com o passo de duas, mesmo três geraçons, a estrutura territorial da Marinha, Ortegal, o norte da Terra Cha, o Eume...

Os e as defessoras da continuidade destas indústrias justificam-se na grande perda de postos de trabalho que carrejaria o seu feche (na Central de As Pontes trabalham apenas 170 pessoas após o esgotamento e feche da canteira de carbom, no complexo de Jove-Sam Cibrao seriam uns 1500 empregos diretos), que se as auxiliares, que se os serviços... Eis as consequências (inegáveis) de fomentar e permitir esse modelo de desenvolvimento. Desde logo a soluçom nunca devera ser a de “patada para diante” e seguir afundando na dependência económica nestas empresas.

Nem que dizer tem que nemhuma das duas paga impostos na Galiza.

Quando a mudança climática e a crise ambiental que está a sofrer o planeta é já algo inegável, no caso de As Pontes estamos fronte a principal empresa emissora de CO2 do Estado Espanhol, e a número 17 de Europa. Estados como o Reino Unido tenhem protestado pola choiva ácida da que responsabilizam à central pontesa. Ao caróm do Cantábrico, na Marinha, umha balsa desenhada para durar 30 anos leva 42 acumulando sem nemhum tipo de tratamento os lodos vermelhos, os refugalhos da obtençom do alumínio, altamente contaminantes, como umha bomba de relojoaria pronta a provocar umha das maiores desfeitas ambientais que poidera viver Galiza.

Aproveitemos a oportunidade. Que fechem. Tiremos a chave vem longe nom vaia ser que mudem de ideia. Comecemos a pensar que Galiza queremos, que indústrias som as que precisamos, como é que queremos que seja o nosso futuro e dos e das que venhem atrás nossa.

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