Opinión

Recentralização

[Nemésio Barxa] 

Uma reflexão previa, necessariamente breve polo formato destes editoriais, resulta conveniente ante as indefinidas medidas de desconfinamento ou desescalamento que se nos anunciam. O Governo do Estado decidiu no seu dia depositar no Ministério de Sanidade (durante anos sem funções, sem apenas pessoal e sem experiência) a responsabilidade e direção da luita contra a pandemia, ignorando as CCAA, que eram as que desde anos atrás tinham todas as competências em Sanidade. O experimento não parece haver pintado bem. Suportamos que ao técnico e responsável sanitário que nos explicava em comparecências na TVE o acompanhassem, e partilhassem informes militares ou policiais, três uniformados. Aceitamos um despregue militar do exército, que, ainda com fins de colaboração, podia havê-lo feito com mais respeito. Cumprimos com regularidade e, penso, com obediência as dispares, contraditórias e, em ocasiões, absurdas normas de vida e convivência que se nos impartiam. Inda que os pudéssemos criticar, desculpávamos os erros, improvisações, imprevisões, trasacordos e discrepâncias nas notícias oficiais da marcha, retrocesso ou avance da infeção. Toleramos o recorte de liberdades e direitos fundamentais, que se nos foram cerceando com a desculpa de melhor combater o andacio. Aguantamos o medo que se nos mete. Penso que é suficiente como para que agora não consintamos que se menospreze e prescinda da experiência e conhecimento que de si tem cada CA, persistindo na recentralização.

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