Opinión

Parabéns

[Nemésio Barxa] 

A lealdade é uma virtude infrequente, mas em tempos de penúria ou de crise resulta de superior esforço se o enaltecido oferece dúvidas de comportamento, lealdade esta no limite e digna de encomio. Por isso, desde esta editorial quero elevar meus atónitos parabéns à senhora conselheira de política social que, com a que está caindo, justificou a gestão empresarial privada das residências dos horrores, digo (em que estaria pensando?), dos maiores. Lealdade talvez interessada, mas ao cabo lealdade.

Bem certo que da horripilante governança destes estabelecimentos, tutelados e vigilados pelo seu departamento, trata de culpar o governo estatal que, desde há muito tempo, tem transferidas as competências. Nisso, senhora conselheira, faltou-lhe galhardia, muito mais elegante teria sido a abnegada lealdade sem passar culpas a quem não as têm.

Senhora conselheira, eu que valoro seu gesto sacrificado e conta por tanto com minha consideração, mas são algo desconfiado desde o 1936, pelo que venho a suspeitar que sua demonstração de lealdade constitui também o anúncio a vozes de que se recunca na nova legislatura continuará a nefasta política privatizadora de almacenar idosos nas residências da terceira idade. Que medo!

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