Opinión

Globalização

[Nemésio Barxa]

A agressão e invasão de Ucrânia por Rússia, e seus efeitos colaterais, evidenciou-nos a crise da globalização e de deslocalizar ou fixar produções agrícolas ou industriais em espaços determinados que, em caso de conflito, dariam lugar a desabastecimento, como aqui está a ocorrer com cereais, gás, etc. Resulta penoso que na província de Ourense praticamente desapareceram cultivos de milho, mentras há dificuldades para conseguir pensos ou produtos do campo. Na Conferencia de Davos, celebrada há poucas semanas, falou-se de desglobalização, de policrise e de que não chega a verse um horizonte nem uma solução que ofereça garantias de atalhar a crise; também de que para reordenar a economia global necessitam-se capacidades, ferramentas e instituições hoje inexistentes. E assim é como a falta de soberania em esta nossa nação nos impediu reivindicar e lutar por um processo de industrialização próprio, uma exploração racional do rural, dos nossos mares, da nossa potencialidade energética e da nossa base produtiva. Ficamos com forças para rachar com modelos políticos e económicos de sucursalismo e dependência? Há um processo eleitoral no horizonte se somos capazes de aproveita-lo.

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