Opinión

Fora de jogo

Polo menos do jogo democrático da liberdade de expressão, sempre sujeita à crítica mas não à desqualificação nem demonização. Refiro-me à airada controvérsia sobre a parodia num programa satírico da catalã TV3, com protagonismo da Vigem do Rocio, o Neno e o acento andaluz na semana passada, por parte de representantes de partidos políticos, andaluzes e outros. A desqualificação fiz curiosas coincidências como a de Esperanza Aguirre e Susana Diaz (ex-presidentas respetivamente de Madrid e de Andaluzia, PP e PSOE) num espaço de Antena3, ambas indignadas e com reproche ao canal da TV catalã. Juanma Moreno, tão insensível à agonia do P.N. de Doñana, e seus acólitos igualmente irritados ante a infâmia da TV3. Lembrei como durante muitos anos as vítimas das bromas mais desqualificantes éramos os galegos, fazendo burla da nossa pobreza e do nosso acento marcado frente ao fino madrilenho e o simpático andaluz. Emissões de radio, películas, teatro, zarzuelas… todo cheio de "xanbolismo" e nenhuma voz se alçou contra aquela aldragem nacional; nem a película As Bestas (que pode ser ofensivo o título, não o argumento, por universal) passou de opiniões discretas. E penso se neste fora de jogo a causa será um medíocre provincianismo eleitoralista ou um evidente anticatalanismo.

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