Opinión

O esperpento do bairro de Salamanca

[Nemésio Barxa]

Écurioso ver a toda essa gente chamada de ordem, seria e circunspecta, que olha habitualmente as manifestações populares reivindicativas de direitos cívicos e sociais com indiferença, superioridade e incluso asco, afeitas a viver na prebenda e na comodidade das suas economias folgadas, como podem invadir a rua desordenadamente, alborotando, incumprindo as normativas governamentais e de saúde, golpeando sinais de tráfico e ruído de cazoulas, desconformes com o confinamento, que afeta a toda a Comunidade de Madrid; não critico a opinião e a protesta pois som direitos democráticos, mas sempre que se realizem dentro das normas previstas especialmente para estes tempos de pandemia nos que os contágios não se frenam nem reduzem. O realmente grotesco é que o alboroto tumultuário se produz no franquista bairro de Salamanca madrilenho, o de maior índice de riqueza e nível social, no que já na assonada franquista nunca caiam bombas (pois respeitavam as crases pudentes), porque seus privilegiados vizinhos sentem-se oprimidos e decidem iniciar a revolução saltando a lei ao berro de “libertad”.

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