Opinión

Doadores

[Nemésio Barxa]

Com alegria considerei que meu primeiro editorial do novo ano 2023 podia trasladar otimismo a esta grande família de subscritores e leitores (podia ser maior) do nosso Diário, ao ler num jornal da Comunidade a generosidade de  que "Coren reparte 400.000 raciones de alimento para famílias vulnerables", otimismo que mingua quando na letra miúda diz que essa doação corresponde a todo o ano 2022 e que se faz a través de outras ONG’s; e já em dias posteriores entro em depressão com a notícia de que a Xunta apresentara recurso de cassação, que afortudamente foi rejeitado polo TS, contra sentença do TSXG anulando a licença de ampliação de uma macro granja de polos em Sta. Mª de Congostro (Rairiz de Veiga) de Corvisa Freire, empresa vinculada a Coren, que explora várias granjas avícolas e porcinas e vem provocando na zona a contaminação e intoxicação de solos, aquíferos, da barragem de As Conchas e do rio Límia. Entro na lamentação e na indignação, não poderia Coren atender as suas obrigas ecológicas?

O outro magnate galego, Amancio Ortega, de Inditex, leio também que, com 1.300 M € de benefício neste ano, doa ao Estado (desgravável) 10 equipas de prototerapia, mas tem as suas empregadas com salários de 900 €.

Lamento caros o banho de realidade. Bom Ano no possível.  

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