Opinión

Bla, bla, bla

[Nemésio Barxa]

As palavras, as mensagens, as formulações não têm na sua própria expressão um significado inequívoco, podem englobar uma grande incoerência, podem ser ocas e vazias pola falta de credibilidade ou sinceridade de quem as manifesta. O jornal ABC de poucos dias atrás recolhia resenha do ato de entrega de Prêmios Princesa de Astúrias e destacava que no seu discurso o rei pede “um grande esforço nacional contra a crispação” e que insta as instituições ”a guiar-se pola máxima integridade e rectidão” e incluso exige a todas as instituições a “ficar sempre ao serviço dos cidadãos” para que “o interesse nacional prevaleça e os interesses de todos os espanhóis sejam a nossa guia e norte”. Mas prévio a formular esses pedidos e exigências, para ser crível o seu discurso, deveria acomodar a sua vida à proposta que faz, exige ou pregoa, pois do contrário soa a falsa, desculpar-se polo seu belicoso, inoportuno e crispado discurso de outubro de 2017, aclarar plenamente a falta de integridade na péssima gestão dos escândalos de corrupção do emérito, renunciar a alianças políticas inoportunas e colocar no top os direitos e interesses dos cidadãos. Do contrário todo é bla, bla, bla.

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