Opinión

Budapeste: capital do porno europeu

Sim, vamos ir falando da pornografia.  A pornografia nesse sentido mais obsceno, digamos que inclusive dessa pornografia que inclusive resulta nojenta. Isso é o que a dia de hoje o Partido Popular Europeu está a fazer seguindo a manter ao Fidesz do Victor Orbán dentro do seu grupo político no euro-parlamento.

É uma relação puramente pornográfica, fora de toda possível estética e arte, a filia entre os xenófobos, sexistas, racistas, anti-europeus e anti-semitas do Fidesz húngaro e o sustento que o Partido Popular Europeu está a dar aos mesmos resulta fundamente repugnante. Resulta que esta relação entre os conservadores europeus com os populistas húngaros é algo duramente pornográfico.

A mensagem que deu uma vitoria absoluta na Hungria ao Fidesz vai cheia de um novo modelo político, algo que já estão os mais a chamar de modelo “iliberal”. Iliberal no sentido de rechaçar frontalmente à própria democracia e os próprios princípios fundacionais da UE. Iliberal no seu discurso difundido entre as camadas populares da Hungria, que logo de sofrer longos anos de ditadura autoritária baixo a influencia de Moscovo, está a deitar de fora uma transição para uma UE de princípios e valores humanistas e de progresso. O voto ao Fidesz é maioria numa Hungria, fundamentalmente na Hungria que não é Budapeste, que olha para a UE como parte dos seus problemas recentes e não como uma ferramenta para avançar num modelo de respeito aos direitos humanos e aos valores democráticos.

Um discurso anti-europeista abertamente, que instala a islamofobia no centro da sua política anti-refugiados e que faz parecer possível a volta a uma sociedade baseada nos valores do tradicionalismo cristão, num discurso que prende lume ao racismo mais histérico e mais colérico e que quer tomar novamente os valores do neo-tradicionalismo.

A mensagem que deu uma vitoria absoluta na Hungria ao Fidesz vai cheia de um novo modelo político, algo que já estão os mais a chamar de modelo “iliberal” 

 

De facto, na hipótese de Trump souber onde fica Hungria, poderíamos dizer que trasladou a sua campanha eleitoral para as beiras do Danúbio e as suas grandes estepes. A alt-right mundial tem no Victor Orbán o seu modelo e o Partido Popular Europeu dá o seu apoio a este elemento protoditador ao mais puro estilo do Putin: eliminação mediática da oposição, manipulação política dos tribunais e todo baixo o envelope de um discurso profundamente populista.   

Na hipótese de Trump souber onde fica Hungria, poderíamos dizer que trasladou a sua campanha eleitoral para as beiras do Danúbio

 

Neste caminho, o anti-europeísmo arde nos discursos e incendeia as palavras na república Checa, na Polónia, na Bulgária,... A Hungria é o modelo da realidade sobre a que não queremos deitar-nos a olhar. E os MPE do Partido Popular Europeu seguem a olhar para outro lado; pornográfico!!
 


 

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