Opinión

A passagem inevitável em direção do caos

O que aconteceu o domingo passado nas eleições municipais é inconcebível, não lhe encontro explicação, ignoro qual foi a causa que originou este desastre.

O que aconteceu o domingo passado nas eleições municipais é inconcebível, não lhe encontro explicação, ignoro qual foi a causa que originou este desastre. Quiçá seja motivado por um desleixo, um desânimo generalizado duns votantes aduzidos, abocados à síndrome perigosa da dependência, talvez a razão esteja numa crescente incidência ao masoquismo, que se instala irremediavelmente nos órgãos infeccionados de servilismo ao totalitarismo, personificado na equívoca, na falsa máscara dum socialismo. Também é possível que o medo às mudanças esteja implícito no inacreditável resultado que some a Vigo num recinto fechado, apressado no reverso da democracia.

"É possível que o medo às mudanças esteja implícito no inacreditável resultado que some a Vigo num recinto fechado, apressado no reverso da democracia".

Realmente não consigo compreender o empenho em apoiar a candidatura duma pessoa ególatra, um regedor afastado totalmente das necessidades reais dos cidadãos e mais preocupado em si próprio.

A minha pergunta é, que nos espera a partir de agora. Nada bom, seguro, pois uma ampla maioria, excessiva, outorgada pelos votantes favorece ainda mais a sua tirania.

As expectativas não são nada claras, nem fagueiras. Estão tão presentes na nossa memória os factos vividos na anterior legislatura deste senhor e as continuas vulnerações dos direitos, que, o futuro apresenta-se tremendamente escuro e sem esperança. Os quatro anos que nos restam afiguram ser uma condena perpétua. A passagem inevitável em direção do caos.

"A noite do 24 de maio observamos com espanto o derrube de tudo o que realmente importa a um povo: os direitos sociais, a língua, a terra… ficamos mal feridos"

A noite do 24 de maio observamos com espanto o derrube de tudo o que realmente importa a um povo: os direitos sociais, a língua, a terra… ficamos mal feridos, estrangulada a nossa voz até a total exclusão.

É inevitável, entramos num túnel imenso e inacabável, do qual não será doado encontrarmos a saída. Permanecemos numa etapa de autocracia, presenciando as diferentes manobras ditatoriais que se lhe ocorram o pequeno Imperador absolutista.

Portanto, o domingo adormeci na almofada do assombro, para logo espertar na acrobacia aérea dum pesadelo.

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