Opinión

A cruz fascista do Castro de Vigo DERRUBAMENTO JÁ!!!

Na segunda, o 29 de setembro assisti como público ao pleno do concelho de Vigo. Esse dia, o BNG presentava uma moção, na que instava a acatar a sentença que foi emitida o passado 4 de setembro pelo julgado nº 2 de Vigo, que obriga ao concelho a derrubar a chamada “ Cruz dos Caídos” do Castro.

Na segunda, o 29 de setembro assisti como público ao pleno do concelho de Vigo. Esse dia, o BNG presentava uma moção, na que instava a acatar a sentença que foi emitida o passado 4 de setembro pelo julgado nº 2 de Vigo, que obriga ao concelho a derrubar a chamada “ Cruz dos Caídos” do Castro. Esta Cruz de 12 metros de altura, que foi ideia e erigida pela Jefatura Local de la "Falange Tradicionalista y de las JONS" e inaugurada pelo ditador o 14 de setembro de 1961. 

"Não dávamos crédito da hipocrisia, do mascarado absolutismo que se vislumbrava das palavras do alcalde e dos portavo-zes dos dous partidos instigadores, da permanência do símbolo facha no Castro"

Os ciudadãos que estávamos ali, não dávamos crédito da hipocrisia, do mascarado absolutismo que se vislumbrava das palavras do alcalde e dos portavo-zes dos dous partidos instigadores, da permanência do símbolo facha no Castro. Apoiando a sua postura com um discurso retrógrado e râncio. O alcalde incluso se fez a vítima, falando do seu passo pela cárcere e o exilio em Portugal. Pobrinho!. Quiçá esse foi o motivo, a comoção tão forte, o que lhe alterou a capacidade de entender as diferenças entre fascismo e democracia. Por isso é, que ele e os seus sequazes volvem-se xordos diante da ração. 

O que sentimos, quando presenciamos a desmedida falsidade do regedor, é uma enorme impotência. Porque sabemos, temos a certeza de que a cidade está governada por ineptos. Uma caciquia sem migalha de sensibilidade, para compreender que o seu comportamento está danando a uma grande parte da cidadania. Para os que, o símbolo fascista que eles insistem em conservar, não os representa. E ademais, supõe uma dor incalculável, para aquelas pessoas que sofreram a crueldade, a repressão franquista. Não se entende, esta posição tão fria e déspota para com o povo. São inumanos. Fazem o que lhes peta. Passam por riba dos sentimentos das pessoas, trazendo, revivendo a tristeza do passado. Os resquícios daquela época negra, fatal, quando os seus seres queridos foram passeados, vilmente pelos falangistas. 

 "Supõe uma dor incalculável, para aquelas pessoas que sofreram a crueldade, a repressão franquista. Não se entende, esta posição tão fria e déspota para com o povo"

“...Ela fala daqueles medos apegados nos miolos
em processo de adaptação
Das terroríficas lembranças dos velhos
Silêncio, calai!
Ela pensa
A morte é uma dura visão
que fomenta pantasmas, quando há lua cheia
Como podem dormir em paz
os passeantes, justiçados no Castro
Ela cala, mas reflexiona
que as vozes de antano furam os valados do tempo
As carências brotavam nas branhas
os amenceres abriam-se lentos, muito lentos

Fragmento dum poema do meu livro 
“Espelho de mim mesma”
 “A pedra e a lembrança”

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