Opinión

A guerra civil da pequena burguesia "podemita" nom é a nossa guerra

Afirmava numha reflexom publicada a finais de dezembro que o confronto entre os dous principais bandos da nova social-democracia populista eram "punhaladas internas polo poder".

Mas à medida que se aproxima o congresso que denominam "Vista Alegre 2" afasta-se exponencialmente a pacificaçom interna do partido morado. Das punhaladas passárom aos disparos sem contemplaçons.

A desputa por Iñigo Errejón do liderato que até agora sustentava Pablo Iglesias atinge situaçons cómicas, próprias da imadurez política e pessoal de indivíduos aos que umha excepcional necessidade conjuntural do regime facilitou ocupar um protagonismo político no show da ditadura burguesa do postfranquismo.

Salvo em matizes secundários nom existem diferenças políticas e ainda menos ideológicas entre as duas fraçons que a cara de cam disputam o poder orgánico.

A desputa por Iñigo Errejón do liderato que até agora sustentava Pablo Iglesias atinge situaçons cómicas

O espetáculo televisivo em curso facilita que afortunadamente se desmoronem boa parte das falaces expetativas com as que a "nova política" leva um par de anos enganando setores importantes da classe operária decepcionada com as claudicaçons do velho reformismo, fascinada pola retórica atrativa de mudá-lo todo com luvas de seda.

Mas à medida que a oligarquia espanhola foi recuperando a iniciativa frente o truncado ciclo de luitas contra a multicrise sistémica que questiona a sua estabilidade, forças instrumentais como Podemos perdem valor.

O sucesso inicial nas urnas provocou que no laboratório académico da casta da Complutense se traçassem objetivos excessivamente ambiciosos, que a realidade constatou serem inviáveis de atingir. Da frustraçom por nom chegarem à Moncloa nem em dezembro de 2015 nem em junho de 2016 deriva-se a eclosom dumha convulsom interna que impossibilita que Podemos poda aproveitar a profunda crise interna do PSOE para seguir alargando a ocupaçom do seu espaço eleitoral.

É umha interpretaçom simplista atribuir a Pablo Iglesias estar à “esquerda” de Errejón, nem a este estar situado à direita do "coletas". Como qualificar de “anticapitalistas” à corrente trotskista que age como terceira via. Basta com observar a composiçom das equipas que os acompanham nas listas em confrontaçom para confirmar o erróneo dessas teses.

Deste capítulo a classe operária galega deve extrair leiçons que a história da luita de classes a escala nacional e internacional já nos tinha previamente ensinado. 

Nom podemos confiar nos projetos políticos promovidos pola pequena-burguesia, nem nos de ámbito nacional nem tampouco nos que representam o chauvinismo espanhol

Nom existem receitas fáceis nem atalhos no combate contra o capitalismo e em prol do socialismo/comunismo. Nom podemos confiar nos projetos políticos promovidos pola pequena-burguesia, nem nos de ámbito nacional nem tampouco nos que representam o chauvinismo espanhol. Os processos de mudança política som coletivos, com lideratos fraguados nas entranhas da luita. A transformaçom social nom deriva de caudilhismos de proveta e de direçons conformadas polos filhos da gauche divine. O proletariado e o conjunto do povo trabalhador deve dotar-se do seu próprio partido operário, articular o bloco histórico sobre umha açom teórico-prática de confrontaçom com a burguesia, visado para movimentar e organizar forças para subverter o presente que nos permita optar à conquista do futuro. 

Continuar a pensar que o sistema capitalista é reformável desde o seu seio e confiar na via eleitoral como o instrumento para superar a ofensiva neoliberal e as políticas de austeridade, cortes e retrocessos em direitos laborais e liberdades, só nos assegura continuar instalados na resignaçom paralisante e no idealismo inofensivo de palavrório oco. Nom nos deixemos distrair com preocupaçons, reivindicaçons e causas subsidiárias. 

Até que um segmento destacado da nossa classe opte por configurar a linha operária, o programa operário, a política operária e o combate operário seguiremos assim. Mas @s comunistas nom nos resignamos, a perserverança é umha das nossas melhores armas.

Comentarios