Opinión

As árvores nom nos deixam ver o bosque 

A totalidade dos meios de comunicaçom de massas hispanos estám em mao da burguesia. Som propriedade dos grandes holdings e trusts que controlam os setores estratégicos da economia espanhola.

Aparentando liberdade de expressom exercem umha autêntica ditadura mediática visada basicamente a manter alienado o conjunto do povo trabalhador. Basta ligar qualquer televisom para constatar que posiçons se defendem e quais se ataca nas falsas tertúlias e debates, nos programas de "lazer", nos reality shows, nos noticiários, etc. 

Estes meios de manipulaçom exercem a dia de hoje umha absoluta influência na opiniom das massas, (de)formando e condicionando a sua consciência, inclusive a de setores avançados das mesmas que caírom na armadilha de pensar que participar na luita política significa ver as tertúlias da sexta ou de outros canais em que participam dirigentes dessa farsa denominada "nova política", ou dar gosto e/ou partilhar um post no facebook.

Nom há pior cego que aquele que nom quer ver. Mas também há muito oportunista e carreirista que ao igual que na etapa do felipismo está calculando como somar-se à primeira carruagem que consiga subir do que de momento semelha ser um comboio do êxito e assim posteriormente situar-se nalgumha das poltronas emanadas das urnas. Mas todo isto é um fenómeno meramente acidental. Nom existem as mínimas condiçons para que as forças populares podam gerir a institucionalidade burguesa visada a sua superaçom. Nom existe classe operária e povo auto-organizado, rede popular, quadros políticos revolucionários, consciência e formaçom ideológica para aguentar a hostilidade da “contraofensiva burguesa”. Todo o que estám construindo é um castelo de naipes, e simplesmente fumo.

Mas também há muito oportunista e carreirista que ao igual que na etapa do felipismo está calculando como somar-se à primeira carruagem

Que hoje estes meios ataquem com palavras grossas o acordo eleitoral Podemos-IU nom significa que estas forças estejam situadas no espaço que incorretamente a direita mediática define como "esquerda radical", "comunista", "ruturista", "extremista" etc.

O regime promoveu a criaçom de Podemos, como previamente favoreceu o 15M como válvula de escape para paliar a grave crise de legitimidade que o modelo postfranquista atravessava, mas agora -atingida o sua meta prioritária-, pretende controlar o seu desenvolvimento eleitoral, evitando um indesejável sorpasso ao PSOE.

O regime promoveu a criaçom de Podemos, como previamente favoreceu o 15M como válvula de escape para paliar a grave crise de legitimidade que o modelo postfranquista atravessava

Embora a estratégia implementada era muito arriscada, até a atualidade conseguiu os objetivos principais: liquidar o movimento de massas, retirar das ruas e dos centros de trabalho a conflituosidade social, enfraquecer a luita de libertaçom nacional promovendo o novo espanholismo progressista formulado pola castinha da Complutense, domesticar e anular o movimento operário que está a dia de hoje fora de jogo pola hegemonia da trapalhada "cidadanista" que o postmodernismo impujo. Este nocivo fenómeno mesmo penetrou em ámbitos da militáncia comunista e da esquerda independentista galega com fraca formaçom e firmeza ideológica que se deixou abduzir pola linguagem e a linha política do ilusionismo eleitoral.

Durante este processo tivérom que realizar reajustamentos imprevistos. Para paliar o descrédito do PP inventárom C´s como partido eleitoral com o que poda pactuar Rajói após perder a maioria absoluta de que desfrutava a fraçom mais reacionária da burguesia. 

Para evitar que a indignaçom transitasse face a rebeliom susbtituírom o caçador de elefantes polo seu filho logrando assim maquilhar a monarquia reinstaurada polo fascismo. Para legitimar o aparelho judicial burguês tivérom e tenhem que sacrificar temporariamente algumhas peças destacadas da oligarquia. 

Até agora lográrom manter incólume o modelo pactuado na Transiçom, e nada indica que isto se vai alterar porque a desmobilizaçom operária e popular em curso vai da mao do analfabetismo político e da carência da mais mínima formaçom ideológica básica.

A "esquerda", os diversos reformismos [Podemos, Mareas, IU, BNG] continuam enlamados no ilusionismo eleitoral, só pretendem garantir e perpetuar os privilégios das suas elites e castas. Renunciárom a transformar o presente e tam só querem no melhor dos casos aplicar leves reformas e insípidas mudanças que nom incomodem a burguesia e sempre evitando confrontar com a tutelagem exercida por Berlim e Bruxelas.

Quando logram atingir poder institucional nom implementam programas nem mornamente progressistas. Estám submetidos à lógica conciliadora da sua composiçom pequeno-burguesa. Aí está o bipartido PSOE-BNG [2005-2009] na Junta da Galiza, dúzias de governos municipais entre essas duas forças, agora as experiências das Mareas, e o exemplo do seu referente internacional geograficamente mais próximo, a Syriza grega: um governo neoliberal e vendepátrias, submetido ao que impom a troika.

Este é o caminho da derrota estratégica! A adulterada alternativa que seduz amplos setores populares.

Enquanto o proletariado, a classe operária e o conjunto do povo trabalhador galego nom se dote de um projeto sociopolítico de seu [partido comunista revolucionário], com um programa anticapitalista, patriótico e feminista, e umha açom teórico-prática coerente alicerçada na confrontaçom, estaremos aguardando de maos cruzadas o triunfo do fascismo. Porque após a frustraçom que o ilusionismo eleitoral provocará nas massas quando o contrabando político logre conquistar a Moncloa e Sam Caetano, a seguinte fase será o eclodir do fascismo sem complexos.

@s comunistas galeg@s devemos assumir que estamos na mais adversa conjuntura desde a reinstauraçom há quatro décadas da "democracia burguesa", que nos achamos numha etapa adversa, onde as nossas posiçons nom logram adesons. Somos acusados de setários, de nom compreender o novo tempo histórico, de estar atados a leituras escolásticas do marxismo, de sermos incapaces de entender as mudanças operadas na sociedade...

@s comunistas galeg@s devemos assumir que estamos na mais adversa conjuntura desde a reinstauraçom há quatro décadas da "democracia burguesa"

Mas isto nom deve provocar desesperaçom nem o nosso aggiornamento, tampouco optar por procurar atalhos que só provocarám o abandono do caminho traçado. Nom é a primeira vez que isto acontece, e por isso numha etapa de refluxo devemos centrar os nossos esforços no estudo e na formaçom ideológica. Há quinze anos com a implosom da URSS tivemos que superar umha conjuntura similar. Agora chove sobre molhado! A diferença qualitativa é que naquela altura o capitalismo nom fabricava charlatans nem fala-baratos como os que agora inundam os ecrás das todopoderosas televisons. 

Temos que manter bem alta a bandeira vermelha, separarmos a palha do trigo em base a tática de deslindar, confrontar e acumular. Do contrário seremos absorvidos polo engano reformista, fagocitados polo populismo.

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