Opinión

Tapar o rosto

Lembro de há um anos umha camisola da dissolvida organizaçom do estudantado independentista AGIR, que tinha o desenho dum encapuzado acompanhado da legenda “Tapar o rosto, para dar a cara”.

Hoje, as redes sociais e meios alternativos enchem-se do discurso de magufos e pós-modernos, o mesmo que o de Miguel Bosé ou a extrema-direita, para a partir dumha posiçom de “antiautoritarismo” (terraplanista) predicar que ninguém lhes pode dizer o que podem fazer ou o que nom, que com a máscara limpam o cu, que eles já tenhem a cura de Pàmies e a ciência estará sempre ao serviço de Bill Gates, Soros e Raticulim.

E fam-no como se o resto nom questionássemos nada, baixássemos a cabeça e seguíssemos o pastor como ovelhinhas. Como se nom achássemos que muitas das medidas, que de Compostela ou Madrid se vam aplicando, som contraditórias e priorizam o lucro económico ao benefício sanitário.

A crise económica e social acelerada pola Covid19 nom pode ser a escusa para que se lucrem os de sempre, enquanto as classes populares pioramos ainda mais as nossas condiçons sociais e económicas. Mas também nom pode sê-lo para socializar toda classe de teorias conspiranoicas que vam surgindo das cabecinhas da esquerda pós-moderna.

Enquanto nom chega a da Covid19, sabemos qual é a vacina para superar as cíclicas crises capitalistas: trabalhar menos, trabalhar todas, produzir o necessário e redistribuir todo. Ou seja, superar o capitalismo. Com certeza, haverá que tapar o rosto, mais umha vez, para dar a cara.

Comentarios