Opinión

Reboiras

Escrevo enquanto a chuva golpeia a janela do meu estúdio. Debruço-me e vejo a Domus Eclessiae a escassos metros. Fecho os olhos e imagino por um momento o movimento de polícia fascista há quarenta e cinco anos arredor do prédio, à procura das militantes da UPG.

Quarenta e oito horas antes, o jovem comunista José Ramon Reboiras Noia era localizado num andar do bairro de Canido por efetivos da Brigada Político Social.

Após ser cercado no nº 27 da rua da Terra, por mais de 300 efetivos da polícia espanhola, foi cobardemente executado 12 de agosto de 1975.

Reboiras é um exemplo a seguir e reinvindicar, mas nom só no sentido nostálgico ou histórico. Lembro umha conversa um Dia da Pátria com o camarada de Moncho, Inácio Hernando, e a sua afirmaçom de que “com quatro ou cinco Reboiras seriamos imparáveis”.

Em Reboiras devemos procurar “o valor da militáncia e a necessidade da organizaçom”, como reivindicava este ano o Movimento Galego ao Socialismo na sua homenagem ao comunista galego.

Porque embora muitas cousas tenham mudado neste quase meio século, os motivos que levárom um jovem de Imo a entregar a sua vida na luita pola libertaçom nacional e social continuam hoje plenamente vigentes.

Como dixo Fidel na despedida ao Che, Reboiras “deixou-nos o seu pensamento revolucionário, deixou-nos as suas virtudes revolucionárias, deixou-nos o seu carácter, a sua vontade, a sua tenacidade, o seu espírito de trabalho. Numha palavra, deixou-nos o seu exemplo”.  Recolhamo-lo.

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