Opinión

Paternidade

Com o começo de ano fazia-se efetiva a nova licença de paternidade, implementada polo Estado espanhol, chegando às 16 semanas intransferíveis. Um êxito no caminho da igualdade? Pode-se igualar o que nom é igual?

Desde há décadas, o feminismo reclama umha licença de maternidade mais longa que a atual, umha das mais baixas da Europa, que nem cobre os seis meses de lactáncia materna exclusiva recomendada, para nom falarmos do pós-parto, exterogestaçom… e ignora completamente os processos biológicos.

Falando de umha perspetiva da paternidade responsável, acho que o aumento da licença é positivo porquanto somos umha figura importante no desenvolvimento emocional e cognitivo das nossas filhas. A nossa presença, o nosso apoio e a participaçom ativa desempenham um papel importante em todas as fases de crescimento.

Porém, nom esqueçamos que vivemos numha sociedade patriarcal. A educaçom e cuidados continuam a recair maioritariamente nas mulheres, enquanto naturalizamos a “ajuda” dos homens, dando naturalidade à divisom sexual do trabalho que marca o patriarcado. 

O caminho a percorrer é luitarmos por umha corresponsabilidade real em todas as etapas da vida. Reduzirmos o discurso de igualdade aos primeiros meses de vida nom resolve o problema de base: que os homens nos integremos na cultura do cuidado. Quando aumentarmos esse nível de corresponsabilidade, os pais exigiremos mais tempo para estar com as nossas filhas. O outro é construir a casa polo telhado. 

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