Opinión

Ocupaçom

Em meados dos oitenta, uns cabeludos do bairro da Txantrea fam apologia, em máxima audiência, da okupaçom no programa da TVE “Tocata”.

Trinta e cinco anos depois, a criminalizaçom a este direito está presente em todos os meios de (des)informaçom. Anúncios da empresa de serviço, vendendo-che “Equipo de alarma contra robo y okupación”, publirreportagens de empresas de “desokupaçom” dirigidas por fascistas, tertúlias com políticos ou programas de “investigaçom” procuram gerar em nós um estado de opiniom favorável aos seus interesses.

A okupaçom é um direito. Mas cumpre diferenciar entre quem o fai para viver ou recuperar espaços sociais e quem converte a okupaçom em especulaçom. Lúmpen reconvertido em “rendista” ou que utiliza as vivendas como foco de venda de droga, como recentemente denúnciou a Coordenadora Antifascista da Corunha.

Em 2019 havia na Galiza 330.000 vivendas vazías e, segundo dados do Ministerio do Interior espanhol, registárom-se 145 denúncias por okupaçom, maioritariamente em propriedades de bancos e sociedades públicas. Entom, a que vem esta campanha? A resposta está na enésima crise em curso, acelerada pola pandemia, e no pánico do capitalismo ao colapso do mercado imobiliário. Preparam o terreno para o que vem. A esquerda soberanista deve incluir na agenda política a legitimaçom da okupaçom dos prédios em propriedade de bancos e fundos abutre, mas também de grandes proprietários e pressionar por umha mudança real nas políticas públicas de vivenda. Porque o teito é um direito.

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