Opinión

Martinho

No próximo dia 10 de novembro, fai-se o décimo aniversário do falecimento do patriota galego José Sanmartim Bouça “Martinho”. Exemplo de militante revolucionário, entregou mais de três décadas à luita pola libertaçom da Galiza. A sua entrega custou-lhe torturas, dispersom e prisom. 

Ao Martinho conhecim-no em 2001, após o Processo Espiral, numha assembleia comarcal de NÓS-UP no primeiro andar do Centro Social que a Artábria tinha na rua Madalena. Durante anos, partilhamos espaços e iniciativas de atuaçom sociopolíticas, com muitas coincidências e também legitimas diferenças. 

Presente nas tarefas mais ingratas, naquelas que nom levam reconhecimentos, dos bons e generosos disposto a entregar sem duvidar o seu tempo e o seu dinheiro. Sempre com um sorriso.

Lembro as colagens, as greves, lembro irmos a a procurar publicidades às Pontes pola estrada velha ou voltarmos de madrugada de qualquer festival na Courier branca escuitando os cassettes de Xenreira ou Nen@s da Revolta. Lembro as noites que fechamos locais na rua do Sol com o seu inseparável irmao Joám.

Mas, com tristeza, também lembro a fogo aquelas oito palavras que saírom da minha boca em aquela assembleia. Oxalá me tivesse desculpado, nom o fazer  é umha das cousas de que mais me arrependo da minha vida militante. 

Destas linhas, o meu mais sinceiro reconhecimento a um proletário exemplar, um dos que terám que sair nos livros de História da Galiza libertada, um dos que, em palavras de Brecht, é dos imprescidíveis. Nom te esquecemos, companheiro!

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