Opinión

Localismos

No passado domingo regressava a esse templo do futebol galego que é Riazor, acompanhado por dous companheiros de Grei Gentalha, claque antifa que desde os seus inícios combateu o localismo.

Chegamos à Corunha para jantar perto do estádio e vivermos o ambiente do dérbi. Dérbi, há que dizer, bastante descafeinado, sem golos, sem jogo e sem hino. Aliás, e com todos os respeitos para o Lugo, também descafeinado porque todas sabemos que o grande dérbi galego é o Dépor-Celta.

Nas redondezas de Riazor partilhávamos “prévia” as afeiçons do Lugo e o desportivismo, confraternizando e celebrando um novo jogo do futebol galego. Todo decorria normal até que no últimos minutos da segunda parte do jogo um sector da torcida desportivista entoou um despectivo “Ea, ea, ea, Lugo es una aldea”.

A rivalidade no desporto nom tem por que ser má. Som o primeiro que gosta de “picar-me” com as e os vizinhos do sul. Gostava que os dérbis fossem umha reivindicaçom da nossa identidade, mas isso nom quer dizer que nom desfrute vendo ao Dépor arrasar o Celta no campo.

A rivalidade no futebol é saudável, mas sem dar azos ao localismo pacovazquiano ou à sua foleira imitaçom viguesa.

As brigas entre torcidas, os desafortunados cánticos como o do domingo ou faixas como a pendurada há anos na Malata e que dizia “Ferrol: o bairro pobre da Corunha” só beneficiam aqueles que interessadamente fomentam o localismo como ferramenta espanholista.

Com a máxima de que todo é política, também nas bancadas devemos trabalhar na construçom nacional. Extirpar os localismos seria um bom começo.

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