Opinión

Ictus

Na terça ao meio-dia ligava para a Belén, a coordenadora de opiniom do jornal, desculpando que seria impossível cumprir com o artigo de esta semana. 

Agora sentado nesta cadeira azul marco teclas compulsivamente no telemóvel por enquanto escuito o ruído de maquinas e a respiraçom do meu pai.

Assimilo todo o léxico que aprendim em pouco tempo. Já sei que o que é umha afasia, umha paresia, umha trombectomia e um "stent", entre outras. Com certeza nom entrava nos meus planos aprender todas estas palavras ligadas à neurologia. 

Decato-me de que escrever me relaxa. Observo o meu pai mentres descansa, a intervençom saiu bem, e agora toca esperarmos a evoluçom. É um homem forte, um proletário dos que já reformado tem mais horas cotizadas que Tellado, Feijó e Rueda juntos. Penso nas grandes profissionais que temos na sanidade pública. Lembro o poema de Manuel Maria e como dizia o bardo nacional sobre a nossa língua se é preciso devemos defender este serviço público a metralhaços. 

As nossas sanitárias nom precisam aplausos, o que precisam é trabalhar em condiçons dignas. Mas sobretudo o que nom merecem é umha classe política que meje por nós e nos diga que chove.

Hoje desde esta sétima planta do Chuac, reafirmo-me na defesa da sanidade pública e gratuita, olho o meu pai e só podo dizer-vos obrigado. 

Comentarios