Opinión

Heroína do s.XXI

Para quem nasceu no Ferrol (ou qualquer cidade obreira) a finais dos setenta os efeitos da heroína é bem conhecido. O capitalismo “chutava” directamente às veias da juventude rebelde e combativa o “jaco” para anulá-la. O paralelismo com a proliferaçom das casas de apostas nos bairros obreiros nos últimos anos é mais que evidente. É o “Sugar Brown” do século XXI.

Luckia, Codere, Bwin e tantas outras nutrem-se da precariedade e a exploraçom da juventude trabalhadora que perante a falta de expectativas procuram alternativas para evadir-se da realidade.

Umha ferramenta mais do sistema capitalista para manter as nossas e os nossos jovens adormecidos e enganados polas palavras dos Sobera, Nadal ou Neymar que ressoam nas nossas cabeças as 24 horas do dia com a falsa promessa de felicidade e de conseguir ingressos de forma rápida em troca de pequenas quantidades de dinheiro. Quantidades que iram aos poucos crescendo e que definitivamente levará-nos a umha perda de controlo sobre nós mesmas. Um “golpe de sorte” que nunca chegará e com graves consequências a nível económico, social e sanitário.

Como dado significativo: na Galiza 34% das pessoas que padecem ludopatia começarám a jogar antes dos 18 anos.

Sem deixarmos de apoiar e participar das iniciativas que da juventude e entidades vizinhais se estám a dar na Galiza devemos também tomar consciência de que só a definitiva superaçom material do capitalismo como um todo possibilitará a eliminaçom de esta e outras lacras que nos afetam como classe trabalhadora. Apostemos nisto.

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