A verdade é que nom sei quanta gente pode ler o que escrevo cada quinta-feira, mas nesta semana chegava-me com que só o lesses tu, Fiz.
E muitas de vós perguntaredes quem é Fiz. Fiz é esse neno que vês crescer com um talento inato, primeiro para a magia e depois para o teatro. Até que um maldito dia chega umha doença sem avisar que che muda a vida e a de todas as pessoas que te querem.
A primeira vez que te vim atuar devias ter pouco mais de nove anos. A tua magia e a tua maneira de comunicar no cenário nom deixavam indiferente a ninguém. Fiz o mágico, sempre com disponibilidade para vir à Artábria, convertendo-te num clássico dos seus aniversários. Lembro depois de falar com Celsa e com Pim porque queríamos pagar-che de algumha forma, que aforravas para comprar truques de magia.
Um dia chamei-te e dixeste-me que nom haveria mágia, que o seguinte espetáculo seria um monólogo, e lá bordaste aquele Papa argentino. Depois viria algumha atuaçom mais.
A última, a mais surrealista que che recordo, mas alegrou-me saber que querías fazê-la na Artábria, onde gostavas de estar.
A última vez que te vim foi precisamente ali, tomando aquele chá. Falamos como sempre, de como vias a vida, dos teus projetos e que te encontravas melhor.
Caro Fiz, vam quase três meses desde que vim nas redes sociais que tinhas ido embora e desde aquela nom podo evitar sentir-me preocupado. Está na hora de voltares. Há muita gente que sente a tua falta e precisamos de saber que estás bem. Esperamos-te.