Opinión

Dia das Letras

Às portas dum novo Dezassete de Maio, podemos afirmar que a situaçom da comunidade lingüística galega é preocupante. A perda de falantes é notória e poucas, ou praticamente nulas, as medidas para a contrarrestar. A falta de soberania tem expressom na desestruturaçom dum idioma cada vez mais reduzido a um papel marginal frente ao espanhol.

E como cada vez que nos achegamos a um novo Dia das Letras ou dia de “el gallego”, as instituiçons, diversos meios de comunicaçom ou as mais variadas empresas vestem as roupas da normalizaçom lingüística, com iniciativas amáveis para a nossa língua, julgando que, com isso, já cumprírom o seu compromisso com o nosso principal sinal de identidade como povo. As capas dos jornais estarám em galego, os supermercados repartirám sacos com algumha citaçom bonita do homenageado de serviço e as redes sociais encherám-se de “borboletas”, “agarimos” ou “enxebres”. Umha anormalidade que em si mesma representa essa sobre-exposiçom repentina do nosso idioma, ao nom ter correspondência com o agir o resto do ano.

É urgente que cada vez mais setores apostem ativamente em dar ao galego o papel que lhe corresponde nesta sociedade e cumpre que nos demos conta de que nengum governo ou legislaçom poderá suplantar o protagonismo popular nesse processo.

Entre as ferramentas de que dispomos para enfrentar o desafio histórico de recuperar o idioma está a estratégia reintegracionaista, de unidade lingüística galego-luso-brasileira, defendendo a Galiza como berço histórico de um idioma, o galego, falado hoje por quase 250 milhons de pessoas em todo o mundo. Seguir esse caminho é a melhor homenagem que podemos fazer desde já a Carvalho Calero.

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