Opinión

Demofobia

A sacrossanta Constituiçom emanada do golpe fascista e submetida a plebiscito em 6 de dezembro de 1978 (que na Galiza só votou afirmativamente 44,2%), afirma no seu artigo primeiro que o regime bournónico é “un Estado social y democrático de Derecho, que propugna como valores superiores de su ordenamiento jurídico la libertad, la justicia, la igualdad y el pluralismo político”. 
 
Toda umha declaraçom de intençons para definir esse oxímoron que é a chamada democracia espanhola e que serviu para perpetuar um modelo indissoluvelmente ligado à unidade do Estado espanhol. 
 
Umha democracia com mordaça, com pánico às urnas, sem liberdade de expressom, que afoga os povos e a classe trabalhadora, umha democracia sem legimidade democrática, em resumo, umha democracia sem democracia. 
 
Umha democracia cuja justiça, em lugar de ser representada pola icónica alegoria da deusa Temis, poderia representar-se como umha imagem de Felipe de Bourbon vestido de militar, com máscara da bandeira espanhola, umha balança inclinada para o peso do IBEX 35 e com a espada a degolar, tal qual Apostolo Santiago, qualquer umha que ousar questionar o “statu quo”.
 
Um estado de direito que na mesma semana que inabilita a Torra por pendurar umha faixa ou solicita oito anos de prisom por portar umhas bandeiras absolve o ladrom Rodrigo Rato ou rebaixa a pena a um profesor do Opus Dei condenado por abusos sexuais a um menor de 11 a 2 anos.
 
Só conquistar a nossa soberania ao serviço das classes populares será garantia de liberdades, direitos e democracia. 
 

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