Opinión

Dardara

A primeira vez que vim em direto aos de Lekumberri, acho que foi naquele concerto organizado por AGIR e que o governo municipal de Compostela tentou censurar sem êxito e que finalmente decorreu na Ilha de Grés. Era abril de 2003, com umha AVT exercendo de Torquemada e pressionando para proibir concertos que, segundo eles, faziam “apologia do terrorismo”. Dias depois conseguiam, na sua caça às bruxas, cancelar o de Soziedad Alkoholika.

Dezasseis anos depois, e rodeado de vizinhas de Altatsu, via por última vez no nosso país, no Resu, os Berri Txarrak. O concerto de Viveiro passará à história como um dos últimos que os navarros faziam antes de se retirarem, depois de 25 anos na estrada. Vinte e cinco anos levando o euskera por todo o mundo, rompendo o tópico de que com línguas minorizadas nom chegas a nengum lado. 

Domingo assistia ao último passe de Dardara (A Tempestade) nos Duplex de Ferrol. Um documentário que tece o último ano do grupo liderado por Gorka Urbizu através de diferentes fios vitais. Vou evitar spoilers (bom, afinal retiram-se) mas sim quero recomendar-vos ir vê-lo, se tiverdes oportunidade. 

Na pouco mais de hora e meia que dura o filme, foi inevitável lembrar com melancólia quando podíamos estar nas salas ou nos festivais cantando, abraçando-nos, sem máscara e sem nos preocuparmos com esse vírus que leva mais de um ano a amargurar-nos. Com certeza, voltaremos a desfrutar como antes e os Berri estarám aí para nos acompanharem. Jaio. Musika. Hil. 

Comentarios