Opinión

A política económica da Troika em Grécia: cruel e inútil

Dous adjetivos aplicáveis aos planos económicos que a Troika, agora eufemisticamente denominada instituiçons, aplicárom e pretendem seguir aplicando em Grécia. Os efeitos sociais som dramáticos. Grécia situa-se à cabeça do desemprego na UE. 

Dous adjetivos aplicáveis aos planos económicos que a Troika, agora eufemisticamente denominada instituiçons, aplicárom e pretendem seguir aplicando em Grécia. Os efeitos sociais som dramáticos. Grécia situa-se à cabeça do desemprego na UE. Os recortes nas pensons fórom imensos. Os salários dos trabalhadores caírom drasticamente. A destruçom de emprego público foi majúscula. Houvo drásticos recortes no gasto social. A populaçom em situaçom de pobreza alcança níveis noutrora impensáveis numha UE que muitos consideravam sinónimo do bem-estar.

"Os planos da Troika som injustos socialmente, cruéis e ademais venhem demostrando umha absoluta falta de eficácia para recuperar a economia grega"

Os planos da Troika som injustos socialmente, cruéis e ademais venhem demostrando umha absoluta falta de eficácia para recuperar a economia grega. O PIB grego reduziu-se 25% desde 2008, enquanto as previsons do FMI falavam de que a estas altura estaria praticamente nos níveis de partida. O próprio FMI reconheceu em 2012 que subestimara o efeito recessivo das suas recomendaçons.  Algo que nom deveria surpreender a ninguém, falamos em boa medida das receitas económicas que fracassaram anteriormente em numerosos países da periferia económica. 

A política económica imposta pola Troika tampouco solucionou o problema da dívida pública, ao contrário, aumentou notavelmente. Antes da crise a dívida pública movia-se arredor de 100% do PIB grego. A maior parte do crescimento dessa dívida nos anos anteriores nom se explica polo défice orçamentário senom polas elevadas taxas de juro. Porém é certo que Grécia mantivo um défice orçamentário primário crónico. Sem embargo, longe da visom mediática de que isto se devia à generosidade no gasto social, em realidade desde a entrada no euro o principal fator de incremento desse défice foi a reduçom das receitas fiscais. Com a crise e as políticas recessivas impostas pola Troika a dívida pública elevou-se até perto de 180% do PIB. 

"O povo grego enfrenta-se a um referendo este domingo para definir o seu futuro. Semelha claro que opçom do Si é a aposta por manter umha política cruel e inútil, o seu principal argumento o medo a um futuro incerto".

Os 7200 milhons de euros que o governo grego tem bloqueados pola falta de acordo apenas permitiriam afrontar o pagamento de 1,6 mil milhons ao FMI que vencem em 30 de Junho e de mas de 6 mil milhons ao BCE que vencem entre Julho e Agosto. Mais dívidas para pagar dividas anteriores e nom para recuperar a economia nem contribuir a aliviar o drama social.

Há estudos que concluem que a política de “austeridade” imposta pola Troika explica quase por completo o colapso do PIB grego. Em ausência desta política a economia grega nom entraria em depressom e o PIB manteria-se estancado. Da mesma forma o crescimento do endividamento seria muito menor. 

A responsabilidade deste fracasso corresponde nom ao povo grego mas à Troika que foi a que impujo essa política económica. Umha política inútil para o povo grego mas nom para a banca privada de Francia, Alemanha,...  Antes do rescate a maioria da dívida pública grega estava em maos destas instituiçons, na atualidade o grosso da dívida é propriedade de instituiçons públicas (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, Estados-Membros da UE, FMI e Banco Central Europeu). A intervençom da Troika nom rescatou ao povo grego mas ao capital financeiro.

"Mais alá de exprimir um rejeitamento às políticas da Troika desconhecemos o que significaria um trunfo do Nom".

O povo grego enfrenta-se a um referendo este domingo para definir o seu futuro. Semelha claro que opçom do Si é a aposta por manter umha política cruel e inútil, o seu principal argumento o medo a um futuro incerto. E um trunfo do nom que significaria? Mais alá de exprimir um rejeitamento às políticas da Troika desconhecemos o que significaria um trunfo do Nom. A posiçom do governo de Syriza é ambígua, no momento de escrever estas linhas vemos que acaba de fazer umha nova oferta à UE. Nas negociaçons Syriza adiantou propostas que a comprometiam com umha política claramente recessiva, muito alonjada do Programa de Salónica que a levou ao trunfo eleitoral. Ao tempo insiste na sua vontade de manter-se na eurozona. Fica por ver se: i) é possível aplicar políticas económicas alternativas num país periférico da eurozona e com os compromissos que Syriza pujo sobre a mesa de negociaçons, ou ii) o Programa de Salónica é cousa do passado para Syriza, ou iii) o compromisso com o povo grego baseado no Programa de Salónica obriga a sair do euro.

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